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FAUNA

A fauna do Rio Grande do Sul ainda carece de um levantamento completo e detalhado, o qual é proposto no projeto do inventário florestal contínuo como um dos enfoques a ser implementado em uma edição futura.
No presente trabalho, procurou-se caracterizar este recurso renovável através de uma revisão de literatura e da coleta de informações verbais obtidas nas propriedades amostradas.
A literatura disponível é restrita e reporta estudos locais ou pontuais e descontínuos que não permitem uma caracterização geral e abrangente de todo o Estado.


Aves Silvestres

A avifauna do Rio Grande do Sul é extremamente variada. Segundo DUNNING e BELTON (1993), no Estado existem 573 espécies de aves já registradas, que somam mais de um terço de todas as espécies conhecidas no Brasil.
Isto é resultado da variedade de habitats e da situação geográfica privilegiada do Estado, ou seja, dentro da zona de transição entre as florestas do Brasil e as regiões de campos das partes mais sulinas do Continente Americano (DUNNING e BELTON, 1993).
Dentre as 573 espécies, citadas pelos autores, algumas são encontradas apenas em certas regiões e épocas do ano, no Estado.
Entre as aves que futuramente estarão em extinção, os autores citam algumas espécies de gaviões e papagaios (DUNNING e BELTON,1993).
Na lista apresentada, destacou-se algumas espécies de aves, encontradas no Rio Grande do Sul e referidas por DUNNING & BELTON (1993).

Mamíferos Silvestres

Segundo SILVA (1994), mamíferos são animais vertebrados, de sangue quente, corpo geralmente recoberto de pêlos, fêmeas providas de glândulas mamárias, são os mais evoluídos da escala zoológica. Outras características importantes que distinguem os mamíferos dos outros vertebrados são dentes diferenciados em incisivos, caninos, pré-molares e molares e uma membrana muscular que separa o tórax do abdômem, chamada de diafragma (SHUMACHER & HOPPE, 2001)
Os mamíferos são um grupo muito grande, apresentando em torno de 5.000 espécies. No Rio Grande do Sul, já foram registradas 141 espécies, ou seja, 35% do total de mamíferos conhecidos no Brasil (SILVA, 1994).
A relação aqui apresentada dedstaca algumas espécies, de mamíferos, encontradas no Rio Grande do Sul, que foram citadas por SILVA (1994).

 

Peixes

Segundo SHUMACHER & HOPPE (2001), atualmente são conhecidos mais de 20.000 espécies de peixes, desses por volta de 5.000 vivem em água doce e são encontrados nos rios, riachos, arroios, banhados, lagoas e açudes.
Os peixes podem ser distribuídos em três grandes grupos: (i) descendentes diretos dos peixes primitivos, estes possuem o corpo alongado, sem maxilas e sem escamas; (ii) o segundo grupo é constituído por peixes que possuem o esqueleto cartilaginoso, ou seja, grupo dos peixes cartilaginosos, por exemplo, tubarões e as arraias e; (iii) o terceiro grupo é formado pela maioria dos peixes atuais, estas espécies possuem esqueleto ósseo e possuem escamas (SHUMACHER & HOPPE, 2001).
Aqui são apresentada algumas espécies de peixes, encontradas no Rio Grande do Sul (Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999).


Anfíbios
São animais que possuem duas fases, a primeira fase é aquática, que é sua fase larval; e a segunda terrestre, porém necessitam da água para manter sua pele úmida. Sua reprodução deve ser realizada, preferencialmente, em locai úmidos (SHUMACHER & HOPPE, 2001).
Os anfíbios são classificados em três categorias: (i) ápodes: são desprovidos de patas, apresentam o corpo alongado, olhos pequenos e vivem em ambientes úmidos e aquáticos, por exemplo, a cobra-cega; (ii) anuros: possuem caudas e patas, como os sapos e râs e; (iii) urodelos: também possuem cauda e patas, porém de corpo alongado como as salamandras (SHUMACHER & HOPPE, 2001).
A tabela apresenta as algumas espécies, de Anfíbios, encontradas no Rio Grande do Sul (Copesul - FZB, 1999).

Répteis
Em relação a estes animais, no Brasil, ainda são poucos os trabalhos existentes. (SHUMACHER & HOPPE, 2001).
Segundo SHUMACHER & HOPPE (2001), nas regiões de florestas, o estudo dos répteis é muito difícil, pois ocorre uma pequena densidade de indivíduos, sua ação é discreta e a densidade da vegetação dificulta a visualização..
Trata-se de um grupo de espécies que rasteja para se locomover e é exclusivamente terrestre.
Uma característica marcante neste grupo é a sua coloração, que tem como finalidade a harmonização do animal com seu ambiente, isto é, escondendo-o e protegendo-o de seus predadores.
Na tabela apresentada, visualiza-se algumas espécies, de Répteis, encontradas no Rio Grande do Sul (Copesul - FZB, 1999).


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Lista de espécies de Aves


NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
Habitat
Jacana jacan
Jacanidae
Jaçanã Banhados e lagos com vegetação aquática.
Vanellus chilensis Charadriidae Quero-Quero Campos, bordas de açudes e banhados
Nothura maculosa Perdiz Campos
Casmeroius albus. Tinamidae Garça-branca-grande Áreas baixas, água disponível em forma de açude.

Egretta thula

Ardeidae

Garça-branca-pequena Áreas baixas, água disponível em forma de açude.
Dendrocygna viaduata Anatidae Marreca-piadeira Beira de açude e banhado, nas regiões centrais e sulinas do Estado.
Coragyps atratus Cathartidae Urubu-de-cabeça-preta Porção norte e central do Estado.
Buteo magnirostris Accipitridae Gavião-carijó Em todas as regiões do Estado

Tringa flavipes

Scolopacidae

Maçarico-perna-amarela. Regiões úmidas do Estado, tanto litoral quanto interior
Columbina picuí Columbidae Rolinha-picuí Em todas as partes do Estado
Myiopsitta monochus Psittacidae Caturrita Disperso em várias regiões do Estado
Leucochloris albicolli Trochilidae Beija-flor Encontrado no leste do Estado

Ceryle torquata

Acedinidae

Martin-pescador Abundantes nas partes sul e central.
Colaptes campestris Picidae Pica-pau-do-campo Campos abertos e matas

Furnarius rufus

Furnariidae

João-de-barro Encontrado em todas as partes do Estado.
Mackenziaena leachii Formicariidae Brujarara-assobiador Na mato do norte do Estado

Xolmis irupero

Tyrannidae

Noivinha Porções sul e oeste do Estado
Muscivora tyrannus Tyrannidae Tesourinha Em todo o estado
Pitangus sulphuratus Tyrannidae Bem-te-vi Margens de banhados
Troglodytes aedon Troglodydae Corruíra Capoeiras, brejos e beiras de matas

Turdus nigriceps

Turdidae

Sabia-ferreiro Encontrados em algumas partes do Estado na primavera

Parula pitiayumi

Parulidae

Mariquita Em matas, capões e jardins
Tachyphonus coronatus Thraupidae Tié-preto Regiões mais quentes, perto de torres e ao longo do rio Jacuí

Rhea americana

Rheidae

Ema Tradicional e típica dos campos gaúchos
Nyctidromus albicollis Camprimulgidae Bacurau Em campos, montanhas e florestas

Otus choliba

Tytonidae

Corujinha-do-mato Partes florestadas da metade norte do Estado
Coereba flaveola Coerebidae Cambacica Parques, quintais, matas secundárias, campos
Todirostrum plumbeiceps Tyrannidae Tororó Vegetação densa de mata, arbustos e capoeiras.

Sicalis flaveola

Fringillidae

Canário-da-terra Encontrado em pequenos bandos por todo o Estado.
Zonotrichia capensis Fringillidae Tico-tico Encontrado em todas as regiões do estado
Embernagra platensis Fringillidae Sabiá-do-banhado Campos abertos, áreas baixas com macegas altas que crescem em solo úmido.

Fonte: DUNNING & BELTON (1993)
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Lista de espécies de Mamíferos

NOME CIENTÍFICO

NOME POPULAR

Habitat

Didhelphis marsupialis

Didelphidae

Gambá-de-orelha-preta Áreas urbanas e rurais

Dasypus hybridus

Dasypodidae

Tatu-mulita Nos campos e lugares abertos
Tamandua tetradactyla Myrmecophagidae Tamanduá-mirim Florestas e cerrados

Eupharactus sexcinctus

Dasypodidae

Tatu-peludo Locais arbustivos, campos e cerrados

Procyron cancrivorus

Procynoidae

Mão-pelada Vegetação cerrada e alta, proximidades de rios.

Lutra longicudis

Mustelidae

Lontra Rios e lagos

Alouatta fusca

Cebidae

Bugio Topo das árvores em altas florestas

Cebus apella

Cebidae

Mico Matas, nas copas de árvores altas

Chrysocyon brachyurus

Canidae

Lobo-guará (vias de extinção) Vegetação natural, campos com capoeirões, matas arbustivas

Dusicyon thous

Canidae

Graxaim-do-mato Vegetação natural, campos com capoeirões, matas arbustivas

Nasua nasua

Canidae

Coati Florestas de porte alto

Conepatus chinga

Mustelidae

Zorrilho Campos gaúchos

Galictis cuja

Mustelidae

Furão Beira de estradas e às margens do rio Jacuí

Felis concolor

Felidae

Puma Vive em diversos ambientes

Felis pardalis

Felidae

Jaguatirica Vive em florestas densas ou vegetação do tipo parque

Felis tigrina

Felidae

Gato-do-mato-pequeno Vive em matas

Panthera onca

Felidae

Onça (em extinção) Em alguns Parques Florestais (Turvo)

Tapirus terrestris

Tariridae

Anta Matas fechadas e altas, nas proximidades de água

Mazama americana

Cervidae

Veado-mateiro Vive em matas altas

Ozotocerus bezoarticus

Cervidae

Veado-campeiro Campos abertos

Akodon azarae

Cricetidae

Rato-do-chão Gramíneas, margens de lavouras de arroz

Coendou villosus

Erethizontidae

Ouriço-cacheiro Matas, galhos de árvores.

Cavia aperea

Caviidae

Preá Vivem em qualquer tipo de vegetação baixa e fechada
Hydrochaeris hydrochaeris Hydrochaeridae Capivara Na margens de rios

Agouti paca

Dasyproctidae

Paca Locais com vegetação alta, matas, capoeirões, sempre a margem de mananciais hidricos.

Dasyprocta azarae

Dasyrpctodae

Cutia Matas ou capoeirões

Myocastor coypus

Capromyidae

Ratão-do-banhado Banhados, lagoas, rios

Lepus capensis

Leporidae

Lebre-européia Campos cerrados e lavouras

Sturnira lilium

Phyllostomidae

Morcego-fruteiro Região central e norte do Estado

Desmodus rotundus

Phyllostomidae

Morcego-vampiro Região central e norte do Estado

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Lista de espécies de Peixes

NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
Habitat
Astyanas bimaculatus Lambari Corpo coberto por escamas. Atinge no máximo 15cm de comprimento, alimenta-se de larvas, pupas de insetos aquáticos, algas verdes
Oligosarcus jenynsii Tambicu Corpo coberto por escamas e possui dentes caniniformes e cônicos em ambos maxilares. Atinge entre 20 e 25 cm de comp., alimenta-se de insetos e peixes, sendo um predador voraz
Hoplias malabaricus Traíra Corpo coberto por escamas, boca providas de caninos desiguais. Podem atingir 60 cm de comp.; alimenta-se de insetos, quando jovem, depois de adulto de peixes
Rhamdia sapo Jundiá Peixe de couro, atingindo cerca de 50 cm de comprimento. Nutre-se de peixes menores e crustáceos. Reproduz-se na primavera
Hoplosternum littorale Tamboatá Corpo revestido por placas ósseas. Atinge aproximadamente 19 cm de comprimento. Prefere águas pantanosas. Alimenta-se de plantas aquáticas. Reprodução na primavera.
Crenicichla lepidota Joaninha Atinge aproximadamente 30 cm de comp. Apresenta manchas escuras no corpo. Gosta de águas calmas e vegetadas. Alimenta-se de peixes menores e crustáceos
Geophagus brasiliensis Acará Apresenta manchas escuras no corpo. Atinge aproximadamente 30 cm de comp. Gosta de águas claras e vegetadas. Alimenta-se de crustáceos e insetos aquáticos.
Hypostomus commersoni Cascudo Corpo coberto por placas ósseas em várias séries longitudinais. Atinge cerca de 60 cm de comp. Prefere águas calmas com fundo lodoso. Nutre-se de conteúdo orgânico encontrados no fundo de açudes.

Fonte: Copesul - Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999.
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Lista de espécies de Anfíbios

NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
Habitat
Leptodactylus fuscus Rã-assobiadora Possui focinho pontudo e região dorsal apresentando inúmeras manchas escuras. Tamanho médio de 4 a 5 cm. É encontrada em covas, típicas de zonas alagadiças e beiras de rios. Alimenta-se de insetos e larvas
Leptodactylus ocellatus Rã-comestível Atinge porte avantajado, pode chegar até 20 cm. Típica de zona de banhados. Alimenta-se de insetos, peixes, répteis e anfíbios.
Pseudis minutus Rã-boiadora Possui membrana interdigitais nas patas traseiras. Atinge cerca de 5 cm de comprimento. São encontradas em açudes. Alimenta-se de insetos e pequenos animais.
Hyla faber Sapo-Ferreiro ou perereca Pode atingir até 16 cm de comprimento. Os dedos possuem ventosas. Espécie arborícolas, vivendo em áreas de banhado. Alimentam-se de insetos e pequenos animais
Hyla pulchella pulchela Perereca-do-banhado Apresenta cores variadas (verde, cinza, marrom). Alcança cerca de 7 cm de comprimento. Comum em áreas de banhado.

Fonte: Copesul - Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999.
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Lista de espécies de Répteis

NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
Habitat
Chrysemys dorbigni Tartaruga-verde-e-amarela Apresenta carapaça de cor verde e amarela. Seu tamanho varia de 15 a 25 cm. Vivem nos rios, banhados, pântanos e açudes. Alimenta-se de pequenos invertebrados, peixes, sementes, frutos e algas
Phrynops hilarii Cágado-de-barbicha Apresenta carapaça de coloração que varia do castanho ao cinza. Encontrado em águas calmas. Alimenta-se de pequenos peixes, anfíbios, sementes e frutos.
Tupinambi teguixin Lagarto-do-papo-amarelo Pode chegar até 2 m. Vive em matas, campos, capões e tocas. Alimenta-se de insetos, larvas, minhocas pequenos mamíferos e aves.
Dryadophis bissatus Jararaca-do-banhado Apresenta manchas marrom-escuras, simétricas intercaladas por manchas amarelas. Varia entre 2 a 3 m de comp. Encontrada em banhados. Alimenta-se de rãs, pequenos mamíferos e outras serpentes. Não possui peçonha
Philodryas ofersii Cobra-cipó Coloração verde, cauda longa. Pode atingir até 1,5 m de comp. Vivem em zonas de campo e margens de mata, sob casca de árvores. Alimenta-se de aves, anfíbios, lagartos e pequenos mamíferos.
Oxyrhopus rhombifer Falça-coral Possui bandas transversais vermelhas, amarelas e pretas. Pode atingir até 80 cm de comp. Abundantes em campos.
Micrurus frontalis Cobra-coral-verdadeira Pode atingir até 1 m de comp. Abundantes em zonas de campo e margens de matas. Alimenta-se de outras serpentes ou cobras-cegas.
Bothrops alternatus Cruzeira É uma das maiores viboras, pode atingir até 2 m de comp. Vive em campos, lugares altos e pedregosos e margens de matas. Alimenta-se de ratos, preás, aves e rãs. Sua peçonha é muito ativa.

Fonte: Copesul - Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999.
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