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Capa | Editorial | Sumário | Apresentação        ISSN 1679-849X Revista nº 8 

MARTHA'S QUEST

Cíntia Schwantes1


Um dos efeitos da reconfiguração das forças sociais resultantes da Segunda Grande Guerra foi a rápida mudança no estatuto social da mulher. Chamada a ocupar os cargos de produção deixados vagos pelos homens que partiram para o front, e depois convidadas a se retirarem para o lar e deixar os postos para os soldados retornados, gerando o chamado "baby boom", elas, na década de 70, passaram a ser novamente recrutadas, de forma crescente, pelo mercado de trabalho. Essas mudanças sociais rápidas já são disruptivas por sua própria rapidez; nas periferias do capitalismo, porém, seu impacto é ampliado.
Se é verdade que as mudanças de mentalidade não se dão de forma imediata nem uniforme, e velhas ideologias costumam, durante seu declínio, conviver com ideologias emergentes, em países onde o desenvolvimento econômico é desigual esse processo é ainda mais marcado. Freqüentemente, as novas idéias, oriundas dos grandes centros, passam a circular nas sociedades periféricas enquanto as condições de sua implementação ainda são muito precárias. Essas idéias, embora em outra clave, foram articuladas por Roberto Schwarz (Ao vencedor as batatas)
Outra conseqüência da reconfiguração de forças ao final da Segunda Guerra Mundial foi a transformação de aliados reticentes em inimigos declarados, em um fenômeno conhecido como Guerra Fria. Como ela jamais tomou a forma de um conflito aberto, a Guerra Fria se configurou como o estabelecimento de "zonas de influência" que redundaram na criação da Cortina de Ferro e na disputa entre os blocos comunista e capitalista pelo domínio das periferias.
O pós-guerra gerou uma onda de conservadorismo político e cultural em ambos os blocos. Nos países que caíram, ou permaneceram, sob a influência do bloco capitalista, as relações de gênero, bem como de classe, foram rigidamente demarcadas. As periferias do mundo capitalista terão suas questões exacerbadas, dentro de um tal contexto mundial. No caso da África do Sul, acresce-se ainda, com muito mais intensidade, a questão étnica. O pós-guerra assistiu, após a independência do país, a paulatina construção do sistema do apparheit, através da sucessiva aprovação de leis que limitavam as possibilidades políticas e econômicas da população negra.
É nesse cenário, em que o acesso às idéias circulantes nos grandes centros atinge a periferia com relativa imediatez, ao mesmo tempo em que se estabelecem, crescentemente, relações conservadoras de etnia, classe e gênero, que se situa o romance de Doris Lessing, Martha Quest, o primeiro da série Children of Violence. Romance de formação, Martha's Quest discute, através da trajetória de uma personagem paradigmática, os rumos que a sociedade sul-africana do período imediatamente precedente à guerra tomou. Nos dois volumes subseqüentes (A Perfect Marriage e A Ripple from the Storm), a Guerra e o pós-guerra são focalizados.
O gênero romance de formação recebeu várias definições dentro da academia nas últimas décadas. No centro das várias definições está a intensa relação estabelecida entre o protagonista e seu meio social, uma vez que a formação pressupõe uma certa quantidade de experiências, que serão, necessariamente, aquelas possíveis dentro de um determinado grupo, e as ilações que o personagem retirará delas. Assim, de forma dialética, a formação de um protagonista de Bildungsroman se dá através das interações entre as experiências pelas quais ele passa e as conclusões a que ele chega através das reflexões desencadeadas pelo que experimentou. Dessa forma, o romance de formação é um gênero privilegiado para discutir as relações entre indivíduos e seus grupos sociais. Ao mesmo tempo, o protagonista deve desenvolver um senso de si mesmo, o que também favorece a discussão, dentro do gênero, de questões de identidade.
Isso nos traz um problema. As experiências por que passam habitualmente os jovens adultos são aquelas que os preparam para sair do espaço privado e ingressar no espaço público, e são elas que compõe o elenco de eventos que dá forma a um Bildungsroman: viagens, experimentações amorosas, educação formal e informal, o que inclui o encontro com um, ou mais de um, mentor, ingresso no mundo do trabalho. Quando a protagonista de um Bildungsroman é uma moça, boa parte dessas experiências lhe está interditada.
Não se espera que ela passe do âmbito privado para o público, mas de um âmbito privado a outro, com talvez uma rápida passagem por um emprego "enquanto ela espera coisa melhor" (ou seja, o casamento é visto como promoção, como o ápice da carreira de uma mulher). Esther Labovitz considera, por essa razão, que antes que o século XX trouxesse oportunidades de trabalho e educação para as mulheres, é impossível falar de romance de formação feminino.
Outra das questões levantadas pelo Bildungsroman é que o processo de formação depende de uma negociação entre aquilo em que o protagonista acredita, sua visão de mundo e seu senso de identidade, e aquilo que seu grupo social pode absorver ou aceitar. Isso freqüentemente leva os protagonistas de Bildungsromane a abandonarem seu grupo de origem e a se fixarem em outro, mais tolerante. Como, no entanto, os grupos sociais existentes são, embora de formas e em graus variados, patriarcais, uma protagonista feminina dificilmente acharia um meio mais tolerante para com a diferença feminina. Assim, as protagonistas de romances de formação freqüentemente enfrentam um dilema: se forem fiéis a si mesmas e a suas crenças, terão que pagar o preço, a menor aceitação social com que irão contar. Se, ao contrário, elas optarem pela integração social, terão que fazê-lo a custa de sua integração pessoal.
Outro ponto importante, levantado por Mikhail Bakhtin, é que não apenas o protagonista do Bildungsroman se modifica durante seu processo de formação; há a possibilidade de que seu processo e a visão de mundo resultante dele contribuam para mudar a sociedade, o que configuraria o tipo mais completo de romance de formação. Essa possibilidade do romance de formação vai encontrar dificuldades para se efetivar nas conservadoras sociedades de Terceiro Mundo, onde o Estado é, via de regra, autoritário, e a sociedade civil, em conseqüência, é pouco articulada e detém pouco poder.
Os três romances iniciais da série passam-se na África do Sul, um país de Terceiro Mundo com um Estado particularmente autoritário, além dos conflitos não declarados entre os descendentes de holandeses, que articularam a independência do país, e os descendentes de ingleses, que o colonizaram. Martha, a protagonista da série, é filha de pais ingleses e faz parte da geração que nasceu após a Primeira Grande Guerra e viveu, em seus anos de formação, a preparação da Segunda - por isso a série chama-se Filhos da Violência. Seu pai, ferido durante a guerra, acaba por casar-se com a enfermeira que o atendeu. Assim, ela se vê como alguém que nasceu em conseqüência dos azares da guerra, até porque seus pais lhe afirmam isso. Crescendo em um mundo no qual os valores encontram-se em cheque, e no qual os velhos pontos de referência já não são mais funcionais, Martha volta-se para os livros - de filosofia e de literatura, principalmente - para construir sua visão de mundo. O problema é que esses livros, escritos na Europa e nos Estados Unidos, podem até ajudá-la a entender o mundo que a cerca, mas falham em oferecer alternativas viáveis de ação direta e eficaz sobre seu grupo social, o que constitui parte importante da Bildung de uma personagem.
As periferias do mundo capitalista apresentam sempre realidades que não são pensadas nos grandes centros, porque são alheias a eles. Não necessariamente mais complexas, elas são, não obstante, definitivamente diferentes, e parte das questões que as periferias colocam são desconhecidas nos grades centros, tanto porque estão ausentes de sua realidade, quanto porque, em conseqüência, estão ausentes da forma como a realidade é articulada neles. Isso provoca um outro efeito colateral: como a visão de mundo, e de sua própria realidade, é articulada pela intelectualidade nas periferias através de um ideário elaborado nos grandes centros, os membros dessa intelectualidade acabam por sentir que não fazem parte de seu meio de origem. Mas tampouco, quando migram para algum grande centro, como acontece com várias das personagens de romances escritos por escritores das periferias, conseguem sentir-se integradas lá. Esse fenômeno é especialmente profícuo na escrita de mulheres, como nos demonstram Gilbert e Gubar:
Schreiner established what would become a fertile tradition of literature by women that speculates on the feminization of the colonies, the colonization of the female, or the nature of the relationship between colonization and feminization. … this tradition typically enables the writer to negotiate between a colonial outpost (often experienced as a place of exile) and imperial centers of culture (also experienced as a place of exile). (p. 66)
Essa sensação de estranhamento, de falta de reconhecimento, nos dois sentidos, vai acompanhar Marta em todos os seus deslocamentos geográficos, tanto nos que acontecerão nos livros subseqüentes da série, quanto no deslocamento que acontece já no primeiro livro. Martha, no entanto, bem como Lessing, também difere do paradigma lançado por Schreiner e adotado por Gilbert e Gubar para as subseqüentes escritoras de língua inglesa que residiram na África. Martha, como Lessing, não é uma européia em viagem pela África que é profundamente marcada pela experiência dessa alteridade radical. Martha, como Lessing, nasceu na África, o que confere a sua experiência um viés completamente outro. Suas experiências formadoras, para começar, não se dão na Europa para depois serem desafiadas pela vivência na África. As experiências formadoras de Martha se dão na África - uma África onde ela se sente ao mesmo tempo própria e estrangeira, onde lê livros editados na Europa para pensar sua experiência e onde as barreiras de classe, gênero e etnia são muito mais visíveis e impositivas. Assim, seu processo de formação se dá em condições duplamente desfavoráveis. Não admira que ele se estenda por toda uma série.
A série Children of Violence é reconhecida pela crítica como um Bildungsroman, vencida a polêmica originada em sua recepção crítica, quando algumas teóricas de gênero consideraram apenas o primeiro, ou o primeiro e o último livros da série como romances de formação. Esther Labovitz, que trabalha com um corpus que inclui a série Pilgrimage, de Dorothy Richardson, considera a ambas como Bildungsromane femininos, e acrescenta que Richardson e Lessing conferiram um novo sentido ao romance de formação. A leitura de Labovitz acabou prevalecendo, tanto que, em uma resenha não especializada, como a que consta em um site sobre Doris Lessing, encontramos a afirmação de que a série é "a formally conventional Bildungsroman about the growth in conciousness of her heroine, Martha Quest."
A leitura de Labovitz, no entanto, centra-se mais nas relações que Martha estabelece com outros personagens, principalmente os seus mentores e as outras personagens femininas da série - Martha, como a Miriam de Pilgrimage, encontra uma dificuldade adicional em seu processo de formação: se ela quiser seguir adiante, precisa cortar os laços que a prendem às mulheres de sua família, especialmente a mãe. Necessário como é, esse corte a deixa sem modelos para seguir; ela terá que se inventar. Aqui, pretendo privilegiar as relações de aprendizagem que Martha estabelece, principalmente através de sua militância, que, embora só inicie na prática no segundo volume, já se encontra delineada pelas leituras que ela faz - entre outras coisas, os livros de economia e de filosofia que os irmãos Cohen lhe emprestam. O título desse artigo aponta, propositadamente, ao possível significado do sobrenome da personagem: quest, além de ser um sobrenome comum, indica também a jornada empreendida por um personagem (ou uma pessoa) em busca de um determinado objetivo.
Falando especificamente sobre o primeiro volume da série, Martha Quest, ele sem dúvida contém os elementos constitutivos mais importantes do romance de formação. Martha encontra-se em conflito não apenas com seus pais, mas com seu meio. Ela tem aspirações, sonhos e anseios que seu meio não pode compreender e, conseqüentemente, não pode sustentar ou alimentar. Uma das causas de seu conflito de gerações reside no fato de que a senhora Quest a impulsiona, simultaneamente, em direções opostas. Ao mesmo tempo em que a mãe deseja que Martha cresça intelectualmente e seja "alguém", também deseja para ela um casamento com um "bom partido". Martha sente, embora sem clareza, que é impossível seguir ambas as direções, mas sua possibilidade de optar está comprometida desde a base. Ela não tem para onde crescer. É por isso que, eventualmente, ela aceita o pedido de casamento de Douglas, embora perceba muito claramente que está fazendo a escolha errada. Sua vida está patinando, ela não consegue ir a lugar algum, e o casamento ao menos vai tirá-la da imobilidade.
Uma das experiências formadoras importantes da personagem é o hábito que ela adquire de se isolar na campina para ler ou simplesmente meditar, em silêncio e solidão. Essa experiência no veld conduz Martha a uma epifania - Annis Pratt destaca que esse contato da protagonista feminina com a natureza, que pode funcionar como seu duplo ou como sua mentora, é fundamental para o desenvolvimento de seu senso de si mesma. Martha, no entanto, sente essas iluminações mais como uma experiência dolorosa, (algo que podemos encontrar também em Santa Tereza) e ressente-se do fato de que a literatura hagiológica descreve esses momentos como intensamente felizes - entretanto, a memória que se fixa deles expurga a dor e os transpõe exatamente como elas os lera, de modos que há, de forma oblíqua, uma correspondência entre o que lê e o que ela vive, ao menos nesse aspecto. A literatura será seu principal guia na experiência de descobrimento do mundo e de si mesma.
Marianne Hirsch, igualmente, destaca que o desenvolvimento feminino não acontece de forma linear (como o masculino), mas de forma circular, e a passagem de um nível a outro se faz por meio de epifanias. É curioso notar que em um de seus devaneios, já nas primeiras páginas do romance, Martha imagina uma cidade mágica, dourada, com quatro entradas - provavelmente a mesma a que ela, já madura, chegará, no volume intitulado The Four-Gated City.
Como em todos os Bildunsromane, o deslocamento para uma grande cidade (no caso não tão grande, a cidade próxima da fazenda de seus pais, para onde ela vai impulsionada por Joss, que lhe consegue um emprego no escritório do tio advogado), traz embutido um aprendizado. Também torna mais aguda a consciência de Martha de sua falta de poder para mudar o mundo. Através de suas leituras, e das discussões com os irmãos Cohen, Joss e Solly, seus primeiros mentores, Martha aprende que conhecimento (algo que ela deseja ardentemente) implica responsabilidade. Um de seus aprendizados na cidade é o de que ela está falhando em fazer o que ela espera de si mesma. Os livros que ela lê lhe dizem o que ela já sabe, mas não como combater os males de cuja existência ela é agudamente consciente. Seu curto convívio com o Clube do Livro de Esquerda deve-se exatamente ao fato de que o grupo, como bem apontara Joss, "só fala".
Outro aprendizado difícil é o da sexualidade. Martha depressa descobre que ler as obras de Havelock Ellis sobre sexualidade não a preparara para as confusas demandas de seu corpo, ou pior, para o descompasso entre os desejos de seu corpo e suas crenças. Sua iniciação sexual se dá com um corpo que ela sente como errado, não por ser o rapaz judeu - Martha faz bandeira de opor-se ao anti-semitismo; os irmãos Cohen, com quem ela estabelece uma duradoura relação de amizade, são judeus - mas porque ela não está apaixonada por ele, motivo que a fizera recusar o sexo, e o pedido de casamento, de Perry, um parceiro bem mais aceitável. Isso sem falar da tensa relação entre Martha e Donovan, filho de uma amiga da sra Quest. Ele utiliza Martha como matéria prima para seu senso de estética, mas mesmo quando a veste para que ela fique apropriadamente elegante, não demonstra o menor desejo por ela. Essa experiência, seu primeiro contato com um homem na cidade, é desconcertante para ela, mas sua maleabilidade permite-lhe cumprir o papel que se espera dela sem muita dificuldade. Assim, antes de chegar ao pedido de casamento de Douglas, Martha passara por uma razoável experimentação sentimental, e mesmo sexual, o que ela faz questão de não esconder dele.
No entanto, se o sexo parece ser satisfatório, as relações que ela estabelece são insatisfatórias e mesmo depressivas: Donovan em certos momentos é francamente hostil a Martha; Alfred King, seu primeiro amante, é obsessivo e a vigia para assegurar-se de sua exclusividade; ela despreza Perry. Douglas é assinante do jornal de esquerda, The New Statesment, o mesmo que Martha passara a assinar por conselho dos membros do Clube do Livro de Esquerda. Ela pensa ter encontrado nele uma alma gêmea. Dessa forma, e um tanto impulsivamente, Martha termina a narrativa casada com Douglas, um dos "piratas" (a juventude dourada da cidade, que fundara o Sport Club), exatamente tudo que ela dissera não desejar para si - tanto que, encontrando os irmãos Cohen, Joss e Solly, em um ato público, ela deliberadamente evita que eles a vejam.
Em conclusão, podemos dizer que a trajetória seguida por Martha do início ao final de Martha Quest é apenas o início de seu processo de formação. Ela termina o romance tendo feito, de maneira mais ou menos involuntária, todas as concessões possíveis ao senso comum. Seus próprios projetos, portanto, encontram-se postergados. Martha precisará operar mudanças radicais de rota para poder retoma-los.
Considerando-se o comentário do Sr. Maynard, o juiz que celebrou o casamento, o clima de pré-guerra teve um efeito notável sobre os jovens: ele celebrou cinco casamentos em um único dia. E Martha casa-se sabendo de antemão que seu casamento seria um dos divórcios que, como o juiz concluiu em pensamento, também passariam por ele. Acompanhando os acontecimentos históricos de sua época, sua história pessoal também irá se desenrolar. Sua formação está longe de completar-se.


BIBLIOGRAFIA:

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FRAIMAN, Susan. Unbecoming Women. British Women Writers and the Novel of Development. New York: Columbia University Press, 1993.
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http://lessing.redmood.com/biografy.html
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PRATT, Annis. Archetipal patterns in women's fiction. Bloomington: Indiana University Press, 1981.
SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas Cidades, 1988, 3.a ed.
SHOWALTER, Elaine. A literature of their own. British women novelists from Brontë to Lessing. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1977.


1 Professora Doutora da Universidade Federal de Brasília

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