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Literatura e Autoritarismo Literatura Brasileira: História e Ideologia |
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Capa | Editorial | Sumário | Apresentação ISSN 1679-849X | Revista nº 15  |
APRESENTAÇÃOA edição de número 15 da Revista Eletrônica Literatura e Autoritarismo traz para o leitor nove artigos referentes a obras de consagrados escritores brasileiros sob a perspectiva de estudos críticos contemporâneos. Com o título LITERATURA BRASILEIRA: HISTÓRIA E IDEOLOGIA, a presente edição foi dividida em duas partes:
A primeira delas comporta seis artigos que visam discutir e contribuir com o debate crítico sobre o escritor romântico sertanista Visconde de Taunay. Das obras produzidas pelo escritor no século XIX e da fortuna crítica estabelecida no século XX, que o consagrou pelas obras A retirada da Laguna (1871) e Inocência (1872), os artigos aqui presentes procuram incluir novas abordagens críticas, à luz do século XXI, sob os padrões vigentes da época de produção de tais obras, perfazendo um caminho crítico de quase cento e cinquenta anos acerca de Taunay.
Dessa maneira, o artigo A BIOGRAFIA COMO REGISTRO DA MEMÓRIA NA OBRA DO VISCONDE DE TAUNAY, de Maria Lídia Lichtscheidl Maretti, estabelece um percurso histórico da produção do Visconde de Taunay como biógrafo. A autora aborda nessa perspectiva não só o registro memorialístico pautado na ordem cronológica de nascimento e morte dos homenageados, entendendo que o escritor valia-se da identificação que possuía pelos aspectos de vida cultural e política de personagens de uma dada elite da época.
Rosana Cristina Zanellato Santos, em O MONSTRO EM INOCÊNCIA, apresenta um estudo sobre o monstro ou o duplo em personagens, sobretudo o anão Tico, da consagrada obra Inocência, de Visconde de Taunay. Para tanto, a autora seleciona trechos da ficção que remetem a epopéias, clássicas obras literárias e estudos teóricos da relação de repressão do homem para com o considerado monstruoso.
AS VOZES DE INOCÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES POLIFÔNICAS EM VISCONDE DE TAUNAY, de Carla Cristine Francisco e Maria Lídia Lichtscheidl Maretti, analisa as relações discursivas em torno da temática da emancipação feminina no consagrado romance do escritor. Tomando como base a teoria da polifonia de Mikhail Bakhtin, o artigo perpassa pelas vozes ideológicas existentes no texto ficcional, tais como: a visão patriarcal, a visão científica das relações de gênero, a recepção das idéias reformistas quanto à emancipação feminina e a vontade de se emancipar.
Dando seqüência à temática do Visconde de Taunay, o artigo UMA ESTRÉIA NO ROMANCE: A MOCIDADE DE TRAJANO, de Norma Wimmer, apresenta o primeiro romance do escritor em comparação às demais produções literárias do período romântico, sobretudo as de Macedo. Em tais comparações é dada ênfase a posição de Taunay quanto à escravidão, vigente na época, assim como em relação às descrições da natureza, o que o consagraria posteriormente.
O artigo O TIO HILÁRIO: UMA TRADIÇÃO MILITAR, de Patrícia Munhoz, passa por todo enredo da 5ª parte da obra Narrativas militares: cenas e tipos (1878), de Visconde de Taunay. Tendo como base as memórias sobre as guerras ocorridas no século XIX, vividos pela personagem “tio Hilário”, o artigo reflete sobre os conflitos da tradição militar em contraste com os sentimentos vivenciados pela personagem na criação memorialística/ficcional de Taunay.
Encerrando a primeira parte desta edição, temos o artigo A FORÇA DO NACIONALISMO NAS LEITURAS CRÍTICAS DA LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XIX: O CASO DE JOSÉ DE ALENCAR E DO VISCONDE DE TAUNAY, de Fábio Luis Silva Neves e João Luis Pereira Ourique. O texto apresenta a polêmica do nacionalismo na literatura brasileira do período de transição do Romantismo para o Realismo nas obras do Visconde de Taunay e de José de Alencar. Para tanto, é utilizado críticas recentes presentes nas reedições das obras de Taunay, editadas por Sérgio Medeiros, onde esse debate possui distintos focos de análise.
A segunda parte dessa edição, por sua vez, contém três artigos referentes a distintos escritores brasileiros. Dando continuidade à temática de estudos da literatura brasileira sob a perspectiva crítica de análise histórica e ideológica, assuntos recorrentes desta revista eletrônica, os artigos a seguir abordam temas frequentes da atual sociedade tecnológica, oriundos das décadas de transição do século XX para o século XXI.
Assim, A OUTRA VOZ OU A ALTERIDADE DA RAZÃO NA OBRA DE JOÃO GUIMARÃES ROSA, de Mauro Dela Bandera Arco Júnior, analisa a loucura e paralelamente a razão, com suporte teórico de obras filosóficas, nos contos “A terceira margem do rio” e “O recado do morro”, de João Guimarães Rosa. O artigo estende-se pelos aspectos estéticos, estruturais e de linguagem dos contos na tentativa de situá-los no campo de uma literatura moderna e universal, para além da simplória categoria regionalista.
Virna Vieira Leite, em O ABISMO DA ANGÚSTIA EM HOTEL ATLÂNTICO, DE JOÃO GILBERTO NOLL, apresenta análises sobre a angústia, presente em todo enredo da obra, em comparação com o período de “redemocratização” do Brasil, instaurado nos anos 1980. Por meio do estudo das marcas textuais do narrador/protagonista presentes no romance de Noll, aborda toda a construção de uma narrativa angustiada e crítica ao período vigente de transformações tecnológicas.
TEATRO E SOCIEDADE: UMA ABORDAGEM DE LIBERDADE, LIBERDADE, DE MILLÔR FERNANDES E FLÁVIO RANGEL, de Haydê Costa Vieira e Wagner Corsino Enedino, estabelece uma leitura histórico/crítica do teatro na era ditatorial brasileira. Partindo da teoria estrutural do teatro, das relações entre História e Literatura e do impacto gerado no leitor/espectador da obra Liberdade, Liberdade, o artigo procura demonstrar a importância do teatro de resistência para a sociedade brasileira nas décadas de 1960/70.
João Luis Pereira Ourique
Fábio Luis Silva Neves (Organizadores) |
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