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Literatura e Autoritarismo
De Representações e Construções: o Espírito da Arte e o Corpo da Crítica
Capa | Editorial | Sumário | Apresentação        ISSN 1679-849X Revista nº 20 

COMO ROMANCEAR A REVOLUÇÃO OU A HORA PRÓXIMA, DE ALINA PAIM

Cíntia Schwantes/UnB
Resumo: Alina Paim foi membro do Partido Comunista e a escritura de A hora próxima obedece aos preceitos do realismo socialista. Sua publicação foi retardada em virtude da oposição enfrentada pelo grupo a que ela e o marido pertenciam e o grupo dominante dentro do Partido. Independentemente das intrigas de bastidor que cercaram a escritura e a publicação do romance, ele realiza um feito nada desprezível: o de seguir a linha ideológica do Partido, utilizando os pressupostos do realismo socialista, sem trair a matéria romanesca utilizada pela autora, uma greve que realmente aconteceu. Escrever um romance histórico é sempre tarefa delicada, e ainda mais quando as simpatias do escritor alinham-se com o lado que perdeu a luta. Fazer da derrota uma vitória, ainda que parcial é um exercício de, mais do que criatividade, fé. Em A hora próxima, a vitória é algo para o futuro, e é apenas indicada, não se realizando dentro dos limites temporais da narrativa. Vale ressaltar, no romance em estudo, não apenas o fato de que ele se alinha em uma causa justa, mas também que o faz utilizando com maestria as técnicas literárias a sua disposição.
Palavras-chave: realismo socialista, literatura brasileira, Alina Paim.
Abstract: Alina Paim was a member of the Communist Party and the writing of her novel, A hora próxima (The Coming Time) obeys the precepts of the socialist realism. Its publication was delayed due to the opposition her group faced, from the dominant group inside the Party. Regardless the intrigues surrounding its publication, the novel makes no small accomplishment: at the same time it follows the precepts of the socialist realism, and it does not betray the literary subject used by the author, a strike which actually occurred. To write a historical novel is always a tricky task, and even more when the sympathy of the author belongs to the defeated side. To turn defeat into victory, even if partial, is an exercise of, more than creativity, faith. In A hora próxima, victory is placed in the future, and it is just hinted, not happening in the limits of the narrative. The novel then, allays itself to a good cause, and manages to do it utilizing very well the literary techniques available.
Keywords: socialist realism, Brazilian literature, Alina Paim.
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