Minicursos SENAFE
A programação do SENAFE terá ainda nos dias 24 e 25/05 mais dois minicursos, que serão ministrados no Auditório do prédio Trabalhando pela Vida (ao lado da FATEC – campus da UFSM), nos turnos manhã e tarde, com a seguinte programação:
Manhã:
Tema do Minicurso: “Reconhecimento, subjetividade e formação em Hegel”.
Palestrante: Prof. Dr. Antonio Gòmez Ramos – Universidade Carlos III, da Espanha;
Tarde:
Tema do Minicurso: “As figuras éticas e políticas do cuidado na contemporaneidade: o si mesmo em Heidegger, Foucault e Agamben”.
Palestrante: Prof. Dr. Alexandre Simão de Freitas – Universidade Federal de Pernambuco.
As inscrições para os minicursos são gratuitas e podem ser feitas na sala de recepção do evento.
Na terça-feira à noite, dia 22/05, após a discussão da mesa 3, intitulada Pluralidade de Mundos, Criação e Educação, todos os participantes do SENAFE estão convidados a estarem presentes numa confraternização com jantar típico e show cultural no CTG Sentinela da Querência, no bairro Camobi, próximo ao campus da UFSM. Para isso, basta adquirir os convites até o meio-dia de segunda-feira, dia 21/05, na sala de recepção do evento no Auditório do CCR.
APRESENTAÇÃO
O IV SENAFE - Seminário Nacional Filosofia e Educação: Confluências, com foco na temática “Interatividade, Singularidade e Mundo Comum”, visa aprofundar o debate sobre os desafios da formação no contemporâneo marcado pela influência
da interatividade em todos os setores da vida. Os grupos de pesquisa proponentes Formação Cultural, Hermenêutica e Educação (GPFORMA) (www.ufsm.br/gpforma), Filosofia, Cultura Juvenil e Ensino Médio (FILJEM) e
Racionalidade e Formação (GPRACIOFORM) (http://w3.ufsm.br/gpracioform), certificados pelo CNPq, pretendem, através do evento, proporcionar reflexões sobre propostas emergentes, no sentido de repensar a confluência entre
Filosofia e Educação num tempo marcado pela reivindicação das diferenças.
O conceito de interatividade vai além do conceito de interação, pois neste não há uma separação em pólo emissor e pólo receptor. O conceito de interatividade vem da pop art, sendo caracterizado pela fusão sujeito-objeto, como,
por exemplo, os parangolés de Hélio Oiticica, onde o espectador interfere, modifica e co-cria a obra com o artista. Os fundamentos da interatividade permitem a articulação de diversas redes, diversas conexões, possibilitando uma
navegação livre, autônoma, sem direção pré-definida. Transposto para a docência, se traduz pela construção de uma obra coletiva, não mais centrada na figura do professor/emissor ou centrada no aluno/receptor. A docência nessa
perspectiva representa um rompimento com a concepção linear de aprendizagem, situando-a de forma colaborativa, atualizada numa prática de construção de um percurso hipertextual.
A interatividade é um termo mediador surgido no contexto das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) para compreender e problematizar, por exemplo, a influência destas tecnologias na mudança das noções de singularidade e
mundo comum. Podemos perceber o seu alcance, desde a transformação do mundo numa imensa aldeia global, como profetizava McLuhan, e suas conseqüências na aproximação entre povos e culturas, na mudança entre as noções de público e privado,
como a invasão da privacidade e o enfraquecimento da esfera pública, até o impacto do universo das tecnologias virtuais na arte, na estética e na atuação da EaD.
Cabe questionar o efeito da interatividade para as reivindicações da singularidade e mundo comum, ou seja, para uma visão voltada ao cotidiano, ao particular e ao local, legitimada nas Ciências Humanas atualmente, e de uma razão
interessada em cultivar um mundo comum, isto é, de uma visão afeita às tradições, que defende uma perspectiva ampliada de homem/mulher e, portanto, ainda preocupada com as possibilidades de desvelar um horizonte comum de tratamento dos
problemas humanos. Nesse sentido, em tempos de comunicação interativa, como pensar a relação entre Filosofia e Educação, mais especificamente as relações da singularidade e mundo comum? De que modo isso repercute nas diversas instâncias
pedagógicas, como a relação teoria e prática na formação? A educação responde aos desafios da criação coletiva proporcionada pelo espaço virtual? As tecnologias estão liberando ou aprisionando a criatividade do indivíduo e a busca do
saber em sala de aula? Como ensinar Filosofia em tempos de interatividade constante? Se as noções de emissor e receptor se modificam no contexto das novas tecnologias, é possível estabelecer relações entre professor, aluno e conhecimento
nesta perspectiva?
Enfim, estas serão algumas das questões debatidas no IV SENAFE, numa promoção conjunta dos Programas de Pós-Graduação em Educação e Programa de Pós-Graduação em Filosofia, da UFSM, visando dar continuidade às discussões que tratam de
questões pedagógicas do ponto de vista filosófico.
Histórico do SENAFE
Esta edição do evento coloca-se na perspectiva de dar continuidade às discussões realizadas em suas edições anteriores em 2004, 2006 e 2009 na Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.
O I SENAFE - Seminário Nacional de Filosofia e Educação: Confluências, com o tema Filosofia Continental e Analítica, realizado na Universidade Federal de Santa Maria, entre os dias 13 e 16 de abril de 2004, reuniu um expressivo
número de participantes para debater diversas interfaces da relação entre Filosofia e Educação. Como resultado houve a produção de um CD-Rom contendo os textos completos das comunicações e de um livro com todas as palestras que
foram proferidas. O propósito do seminário foi discutir as relações entre Filosofia e Educação na perspectiva do debate crítico entre Filosofia Analítica e Filosofia Continental, do ponto de vista da Hermenêutica Filosófica e da
Escola de Frankfurt. Em geral, os debates pretenderam elucidar alguns problemas comuns que são observados no processo de formação educativa e cultural, como a busca de alternativas para a crise dos fundamentos da educação, novos
sentidos para a prática pedagógica e a superação dos obstáculos enfrentados pelo ensino de Filosofia nas escolas e universidades.
O II SENAFE - Seminário Nacional de Filosofia e Educação: Confluências, realizado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e no Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), entre os dias 27 e 29 de setembro de 2006,
pretendeu dar continuidade ao debate estabelecido em sua primeira edição em 2004, introduzindo a temática Cultura e Alteridade. Este evento também reuniu um grande número de participantes, com diversos trabalhos apresentados por
alunos e professores de graduação e pós-graduação de todo o Brasil. Na ocasião, também houve cinco conferências de pesquisadores brasileiros e latino-americanos e sete mesas plenárias, com três debatedores cada uma, além de uma
diversificada programação cultural. Como resultado desta edição do Seminário, foi organizado um CD-Rom com os textos completos das comunicações inscritas e publicado um livro, com todas as palestras proferidas. Ao se voltar para
algumas discussões atuais do contexto filosófico ocidental, os grupos de pesquisa participantes pretenderam, através do evento, proporcionar a reflexão sobre propostas emergentes dos grandes aportes teóricos do pensamento contemporâneo.
Além disso, buscaram atualizar e ressignificar as linguagens utilizadas no campo da Educação e da Filosofia, de acordo com o desenvolvimento das novas formas de pensar o conhecimento numa época marcada pelo pluralismo de linguagens,
tais como imagens, signos, símbolos e ícones da cultura do espetáculo. O Seminário visou ainda incentivar o entendimento crítico do impacto da nova condição da cultura sobre o pensamento filosófico e as contribuições recentes deste
para pensar a pluralidade cultural. O debate girou em torno de reflexões que colaboram para a formação da sensibilidade e dos valores da tolerância, solidariedade, respeito pelo outro, assim como de atitudes científicas e criativas
que possam modificar a prática educativa de modo a responder criticamente às exigências do mundo atual.
O III SENAFE - Seminário Nacional de Filosofia e Educação: Confluências - foi realizado na Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, entre os dias 18 e 20 de novembro de 2009, focalizando o debate em torno da temática Vida,
Cultura e Diferença. O objetivo maior do encontro foi empreender uma interpretação hermenêutica e crítica sobre aquilo que nos aproxima e também nos diferencia na condição atual de vida. A proposta visou dar continuidade às discussões
dos eventos anteriores, tendo como pano de fundo o diagnóstico da ausência de um vetor que nos une, como era vivenciado no mundo metafísico. Desta forma, a constatação geral, no contexto da mercantilização globalizada, é de que estamos
perdendo a sensibilidade e a tolerância para o outro e às diferenças, e que isso impõe uma reflexão sobre as bases estruturantes da cultura, uma vez que não abrimos mão da conservação da alteridade do outro no processo de produção da vida.
O evento, assim, problematizou o deslocamento do uno ao múltiplo, que põe em dúvida a existência de qualquer elo comum entre as diferentes culturas, tentando, com isso, delinear a discussão sobre quais dispositivos teóricos seriam capazes
de nortear a compreensão do outro sem submetê-lo a qualquer lógica homogênea, hierárquica ou elitista. A possibilidade de resguardar a discussão da razão, enquanto fala ou linguagem, ainda que na pluralidade de suas manifestações,
esboçou-se como a perspectiva basilar desse Seminário, trazendo ao diálogo categorias importantes para a produção do conhecimento, como vida, cultura e diferença, bem como suas interfaces linguagem, tradição e reconhecimento.
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