<<volta
RESULTADOS
POR TIPO FITOGEOGRÁFICO
Região
da Floresta Estacional Decidual
A Floresta
Estacional Decidual, em seus estágios iniciais, médios
e avançados de sucessão, ocupa uma área de
11.762,45 km² (1.176.245 ha), o que representa 4,16% da superfície
do Estado e 23,84% da área total coberta com florestas
naturais.
Estágios Sucessionais Médio e Avançado
a) Composição
Florística
Foram
encontradas 214 espécies pertencentes a 60 famílias
botânicas, considerando-se os indivíduos com CAP
³ 30 cm, além de 1 árvore não
identificada, 28 mortas, 5 cipós e espécies exóticas,
tais como: Tecoma stans, com 15 indivíduos; Hovenia
dulcis, com 5 indivíduos; Citrus sp., Eriobotrya
japonica, Morus nigra, Morus alba, Melia
azedarach, Psidium guajava e Platanus X acerifolia,
com 1 indivíduo.
As comunidades
amostradas apresentaram, em conjunto, uma diversidade média
de 2,4738, conforme pode ser observado pelo Índice de Diversidade
de Shannon, embora algumas parcelas apresentaram índices
superiores a 3,0.
A família
Myrtaceae foi a mais expressiva, com 27 espécies, seguida
de Lauraceae e Mimosaceae (11); Euphorbiaceae e Fabaceae (10);
Solanaceae (9); Meliaceae, Rutaceae, Asteraceae, Caesalpiniaceae
e Sapindaceae (7); Bignoniaceae, Anacardiaceae, Flacourtiaceae
e Rubiaceae (5); Moraceae, Annonaceae, Celastraceae, Myrsinaceae
e Verbenaceae (4); Aquifoliaceae, Boraginaceae, Monimiaceae, Rosaceae,
Sapotaceae, Symplocaceae e Ulmaceae, com 3 espécies. Das
33 famílias restantes, 8 apresentaram 2 espécies
e 25 apresentaram 1 espécie.
b) Parâmetros Dendrométricos
Os dados
das parcelas amostradas na Floresta Estacional Decidual indicaram
os seguintes parâmetros dendrométricos:
O diâmetro
médio foi estimado em 17,82 cm, variando entre 13,68 cm
(Parcela 637) e 25,81 cm (Parcela 851); o diâmetro mínimo
foi 9,55 cm e o diâmetro máximo foi 112,37 cm atribuído
a uma Araucaria angustifolia (Pinheiro-brasileiro), árvore
nº 40 da parcela 851 - Carta Passo Fundo; o coeficiente de
variação médio dos diâmetros foi de
51,05%, variando entre 30,22% (Parcela 1313) e 90,52% (Parcela
1457).
A altura total
média foi estimada em 11,16 m, variando de 7,72 m (Parcela
1332) a 15,56 m (Parcela 213); a altura total mínima medida
foi de 1,00 m; e a altura total máxima amostrada foi de
38,80 m referente a uma Apuleia leiocarpa (Grápia), árvore
207 da parcela 239; o coeficiente de variação médio
da altura total foi de 33,03%, variando entre 10,90% (Parcela
1210) e 59,91% (Parcela 851).
A altura comercial
média foi estimada em 5,87 m, variando entre 2,46 m (Parcela
1210) e 9,97 m (Parcela 1543); a altura comercial mínima
foi de 0,80 m e a máxima foi de 24,60 m, atribuída
a uma Nectandra megapotamica (Canela-preta), árvore 270
da parcela 239; e o coeficiente de variação médio
das alturas comerciais foi de 42,48%, variando entre 28,14% (Parcela
1457) e 67,43% (Parcela 101).
O número
médio de árvores da Floresta Estacional Decidual,
considerando todos os indivíduos com CAP ³
30 cm, foi estimado em 831,85 árvores/ha, variando entre
400,0 árvores/ha (Parcela 214) e 1.670,0 árvores/ha
(Parcela 1463).
A área
basal média resultou em 25,68 m²/ha, variando entre 11,97
m²/ha (Parcela 1319) e 54,18 m²/ha (Parcela 851).
O volume comercial médio da Floresta Estacional Decidual
foi estimado em 154,84 m³/ha, variando entre 56,48 m³/ha (Parcela
214) e 349,82 m³/ha (Parcela 851).
O Índice de Diversidade de Shannon foi de 2,4738, variando
entre 1,2054 (Parcela 1210) e 3,5560 (Parcela 1319).
Comparando-se
os parâmetros dendrométricos da Floresta Estacional
Decidual com a média geral do Estado, verifica-se que esta
apresentou diâmetro médio, área basal, número
de árvores e volume menores; alturas total e comercial
e índice de Shannon maiores que a média do Estado.
c) Produção Quantitativa por Espécie e por
Hectare
A distribuição
dos indivíduos por espécie e por classe de diâmetro
na Floresta Estacional Decidual está resumida na Tabela
abaixo.
Espécies
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Nectandra
megapotamica
Euterpe edulis
Cupania vernalis
Mortas
Sebastiania commersoniana
Ocotea puberula
Luehea divaricata
Araucaria angustifolia
Matayba elaeagnoides
Phytolacca dioica
Patagonula americana
Cabralea canjerana
Nectandra lanceolata
Alchornea triplinervia
Parapiptadenia rigida
Machaerium paraguariense
Machaerium stipitatum
Helietta apiculata
Diatenopteryx sorbifolia
Allophylus edulis
Sub-total
Restantes
TOTAL
|
10,14
10,13
6,76
5,64
5,29
5,06
4,42
4,35
3,83
3,72
3,59
3,06
2,98
2,83
2,69
2,42
2,40
2,23
2,22
2,10
85,86
68,96
154,82
|
6,55
6,54
4,37
3,64
3,42
3,27
2,85
2,81
2,47
2,40
2,32
1,98
1,92
1,83
1,74
1,56
1,55
1,44
1,43
1,36
55,46
44,54
100,00
|
43,00
79,35
46,32
30,67
45,86
19,12
24,22
3,84
21,08
6,66
10,14
7,71
9,88
6,34
11,57
12,83
11,89
11,24
10,71
16,35
428,78
403,06
831,84
|
5,17
9,54
5,57
3,69
5,51
2,30
2,91
0,46
2,53
0,80
1,22
0,93
1,19
0,76
1,39
1,54
1,43
1,35
1,29
1,97
51,55
48,45
100,00
|
1,69
1,03
1,02
0,95
0,94
0,84
0,74
0,42
0,67
0,70
0,68
0,59
0,54
0,65
0,45
0,38
0,40
0,34
0,35
0,38
13,76
11,92
25,68
|
6,58
4,01
3,97
3,70
3,66
3,27
2,88
1,64
2,61
2,73
2,65
2,30
2,10
2,53
1,75
1,48
1,56
1,32
1,36
1,48
53,58
46,42
100,00
|
Nesta Tabela
foram relacionadas as 20 espécies que mais contribuiram
para a composição do volume, juntamente com as árvores
mortas.
Estas 20 espécies,
incluindo as árvores mortas, foram as de maior expressão
volumétrica, contribuindo com 85,86 m³/ha (55,46%) do volume
comercial, 478,28 árvores/ha (51,55%) e 13,76 m²/ha (53,58%)
da área basal.
Analisando-se a estrutura diamétrica da produção
quantitativa, para todas as espécies amostradas na Floresta
Estacional Decidual, verifica-se a seguinte distribuição
do volume comercial, número de árvores e área
basal, por hectare:
Classe
DAP(cm)
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
10
- 20
20 - 30
30 - 40
40 - 50
50 - 60
60 - 70
70 - 80
80 - 90
> 90
TOTAL
|
60,78
37,36
23,79
12,78
6,66
5,84
1,52
2,64
3,45
154,82
|
39,26
24,13
15,37
8,25
4,30
3,77
0,98
1,71
2,23
100,00
|
631,38
128,41
43,92
15,18
6,25
4,14
0,68
1,07
0,81
831,84
|
75,90
15,44
5,28
1,82
0,75
0,50
0,08
0,13
0,10
100,00
|
8,99
5,86
4,07
2,38
1,46
1,33
0,30
0,60
0,69
25,68
|
35,01
22,82
15,85
9,27
5,68
5,18
1,17
2,33
2,69
100,00
|
Observa-se
que, nas classes diamétricas 10-40 cm concentravam-se 121,93
m³/ha (78,76%) do volume comercial, 803,71 árvores/ha (96,62%)
e 18,92 m²/ha (73,68%) da área basal.
d) Produção Qualitativa: Qualidade do Tronco
A análise
qualitativa - Qualidade do Tronco/ha (E.M.A.) da Floresta Estacional
Decidual indica a seguinte distribuição do volume
comercial, número de árvores e área basal,
por classe de qualidade do tronco:
Classe
Qualidade
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Qualidade
1
Qualidade 2
Qualidade 3
Qualidade 4
Não classificada
TOTAL
|
18,61
74,06
50,29
5,48
6,39
154,82
|
12,02
47,84
32,47
3,54
4,13
100,00
|
47,87
367,98
349,96
28,36
37,67
831,84
|
5,75
44,24
42,07
3,41
4,53
100,00
|
2,81
12,16
8,40
1,27
1,04
25,68
|
10,94
47,35
32,71
4,95
4,05
100,00
|
Estes resultados
mostram que a classe de qualidade 2 concentrava os maiores quantitativos
da Floresta Estacional Decidual, ou seja, 74,06 m³/ha (47,84%)
do volume comercial, 367,98 árvores/ha (44,24%) e 12,16
m²/ha (47,35%) da área basal, seguido da classe de qualidade
3.
e) Produção Qualitativa: Sanidade
No que
se refere às condições de sanidade constatou-se,
na Floresta Estacional Decidual, a distribuição
do volume comercial, número de árvores e área
basal apresentada na Tabela abaixo.
Classe
Sanidade
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Danos
por animais
Danos complexos
Danos por fungos
Danos por insetos
Danos abióticos
Árvores mortas
Árvores saudáveis
Não classificada
TOTAL
|
0,04
23,04
5,26
2,47
18,35
3,05
98,16
4,45
154,82
|
0,03
14,88
3,40
1,60
11,85
1,97
63,40
2,87
100,00
|
0,14
102,77
29,43
11,20
111,87
15,90
533,77
26,76
831,84
|
0,02
12,35
3,54
1,35
13,45
1,91
64,17
3,21
100,00
|
0,01
3,84
1,03
0,41
3,14
0,53
16,02
0,69
25,68
|
0,03
14,96
4,02
1,62
12,22
2,06
62,38
2,71
100,00
|
Observa-se
nessa Tabela que, 98,16 m³/ha (63,40%) do volume comercial, 533,77
árvores/ha (64,17%) e 16,02 m²/ha (62,38%) da área
basal da Floresta Estacional Decidual
eram constituídos por indivíduos saudáveis.
Os danos mais expressivos foram os complexos, que atingiam 14,88%
do volume comercial, 12,35% do número de árvores
e 14,96% da área basal, seguidos dos danos abióticos.
f) Produção Qualitativa: Classe de Copa
A análise
da formação da copa das árvores da Floresta
Estacional Decidual indicou a distribuição do volume
comercial, número de árvores e área basal,
por classe de copa apresentada na Tabela a seguir.
Classe
Copa
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Copa
curta
Copa danificada
Copa longa
Copa média
Não classificada
TOTAL
|
40,42
6,01
27,14
75,05
6,20
154,82
|
26,11
3,88
17,53
48,48
4,00
100,00
|
245,01
36,27
121,69
392,37
36,50
831,84
|
29,45
4,36
14,63
47,17
4,39
100,00
|
5,61
1,07
5,16
12,84
1,00
25,68
|
21,85
4,17
20,09
50,00
3,89
100,00
|
Esses resultados
mostram que, 75,05 m³/ha (48,48%) do volume comercial, 392,37
árvores/ha (47,17%) e 12,84 m²/ha (50,00%) da área
basal eram compostos por indivíduos que apresentavam copa
média, ou seja, copas com comprimento entre ½ e
¼ da altura total das árvores.
g) Produção Qualitativa: Tendência de Valorização
A análise
das perspectivas de crescimento e desenvolvimento dos indivíduos
na Floresta Estacional Decidual mostrou a distribuição
do volume comercial, número de árvores e área
basal apresentados na Tabela abaixo.
Observa-se
nesta Tabela que 58,60 m³/ha (37,85%) do volume comercial, 344,32
árvores/ha (41,39%) e 9,89 m²/ha (38,51%) da área
basal, eram constituídos por árvores com crescimento
médio, cujas condições de crescimento indicavam
mudança lenta na posição sociológica.
Classe
Valorização
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Cresc.
insignificante
Cresc. médio
Cresc. promissor
Não classificada
TOTAL
|
46,53
58,60
43,49
6,20
154,82
|
30,05
37,85
28,09
4,01
100,00
|
313,51
344,32
138,48
35,54
831,84
|
37,69
41,39
16,65
4,27
100,00
|
,74
9,89
7,04
1,00
25,68
|
30,18
38,51
27,41
3,90
100,00
|
h) Produção
Qualitativa: Posição Sociológica
A análise
qualitativa - posição sociológica, evidencia
a seguinte distribuição da produção
quantitativa nos estratos verticais da Floresta Estacional Decidual.
Posição
Sociológica
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Estrato
co-dominante
Estrato dominado
Estrato dominante
Estrato suprimido
Não classificada
TOTAL
|
57,40
19,45
70,64
1,21
6,12
154,82
|
37,08
12,56
45,63
0,78
3,95
100,00
|
377,40
218,07
188,98
12,24
35,14
831,84
|
45,37
26,22
22,72
1,47
4,22
100,00
|
9,03
3,26
12,16
0,24
0,99
25,68
|
35,16
12,69
47,35
0,94
3,86
100,00
|
Como se pode
observar, 70,46 m³/ha (45,63%) do volume comercial, 188,98 árvores/ha
(22,72%) e 12,16 m²/ha (47,35%) da área basal eram compostos
por indivíduos que ocupam o estrato dominante.
i) Análise Fitossociológica: Estrutura Horizontal
A Análise
Fitossociológica das espécies amostradas na Floresta
Estacional Decidual encontra-se na Tabela abaixo.
As 20 espécies
mais características e importantes da Floresta Estacional
Decidual estão relacionadas por ordem do Valor de Importância
(VI) na Tabela abaixo.
Estas 20 espécies, incluindo as mortas (8,85% do total)
representavam 54,29% da Densidade Relativa (número de indivíduos),
33,14% da Freqüência Relativa, 52,13% da Dominância
Relativa (área basal), 46,52% do Valor de Importância
e 53,21% do Valor de Cobertura total da floresta são as
mais abundantes, dominantes e freqüentes da floresta, sendo
as mais representativas da associação.
As 206 espécies
restantes (91,15% das espécies), incluindo as exóticas,
as não identificadas e cipós, representavam 45,71%
da Densidade Relativa, 66,86% da Freqüência Relativa,
47,87% da Dominância Relativa, 53,48% do Valor de Importância
e 46,79% do Valor de Cobertura total.
Espécies
|
DR
|
FR
|
DoR
|
VI(%)
|
Vi(%)Acum.
|
VC(%)
|
VC(%)Acum.
|
Nectandra
megapotamica
Euterpe edulis
Cupania vernalis
Sebastiania commersoniana
Mortas
Luehea divaricata
Ocotea puberula
Matayba elaeagnoides
Casearia sylvestris
Allophylus edulis
Patagonula americana
Parapiptadenia rigida
Machaerium paraguariense
Cabralea canjerana
Phytolacca dioica
Nectandra lanceolata
Alchornea triplenervia
Machaerium stipitatum
Sebastiania brasiliensis
Gymnanthes concolor
Sub-total
Restantes
TOTAL
|
5,17
9,54
5,57
5,51
3,69
2,91
2,30
2,53
2,26
1,97
1,22
1,39
1,54
0,93
0,80
1,19
0,76
1,43
1,60
1,98
54,29
45,71
100,0
|
3,00
0,59
2,73
1,87
3,04
1,77
1,71
1,71
2,09
2,09
1,29
1,66
1,77
1,45
1,12
1,23
0,70
0,96
1,45
0,91
33,14
66,86
100,0
|
6,60
4,02
3,95
3,67
3,69
2,88
3,26
2,63
1,28
1,49
2,65
1,75
1,48
2,31
2,74
2,11
2,54
1,55
0,72
0,81
52,13
47,87
100,0
|
4,92
4,72
4,08
3,68
3,47
2,52
2,42
2,29
1,88
1,85
1,72
1,60
1,60
1,56
1,55
1,51
1,33
1,31
1,26
1,23
46,52
53,48
100,0
|
4,92
9,64
13,72
17,41
20,88
23,40
25,82
28,11
29,99
31,84
33,56
35,16
36,76
38,32
39,87
41,38
42,72
44,03
45,29
46,52
|
5,89
6,78
4,76
4,59
3,69
2,90
2,78
2,58
1,77
1,73
1,94
1,57
1,51
1,62
1,77
1,65
1,65
1,49
1,16
1,40
53,21
46,79
100,0
|
5,89
12,67
17,43
22,02
25,71
28,60
31,38
33,96
35,73
37,46
39,40
40,97
42,48
44,10
45,87
47,52
49,17
50,66
51,82
53,21
|
É importante
destacar que as árvores mortas (0,44% das espécies),
com 3,47% do VI, apareciam em quinto lugar na ordem de importância
das espécies. A participação das árvores
mortas é significativa na composição das
comunidades e constitui um fenômeno natural de substituição
dos indivíduos na dinâmica da floresta.
j) Análise Fitossociológica: Estrutura Vertical
As espécies
com distribuição regular dos indivíduos nos
estratos, isto é, com maior número nos estratos
inferiores, diminuindo para os superiores, são as mais
estáveis na associação.
k) Regeneração Natural
- Composição
florística
Foram
encontradas 159 espécies pertencentes a 51 famílias
botânicas, além de alguns indivíduos não
identificados, cipós, mortas e 5 espécies exóticas,
Tecoma stans, Morus nigra, Hovenia dulcis, Syzygium jambos e Citrus
sp. O Índice de Diversidade de Shannon foi de 1,627.
A família
Myrtaceae foi a mais representativa da regeneração
natural, com 20 espécies, seguida de Rubiaceae, com 9 espécies;
Mimosaceae, com 8 espécies; Lauraceae, Euphorbiaceae, Solanaceae
e Fabaceae, com 7 espécies; Meliaceae e Sapindaceae, com
6 espécies; Caesalpiniaceae, Flacourtiaceae e Myrsinaceae,
com 5 espécies; Asteraceae, com 4 espécies; e Anacardiaceae,
Boraginaceae e Ulmaceae, com 3 espécies. Das 35 famílias
restantes, 14 apresentaram 2 espécies e 21 apresentaram
1 espécie apenas
- Parâmetros
dendrométricos
O diâmetro
médio da regeneração natural foi de 3,57
cm, variando entre 1,75 cm (Parcela 102) e 8,00 cm (Parcela 1304);
o diâmetro mínimo foi 0,95 cm e o diâmetro
máximo foi de 9,52 cm, situados dentro dos limites fixados
para o levantamento da regeneração natural; o coeficiente
de variação médio dos diâmetros foi
de 43,95%, variando entre 2,89% (Parcela 1304) e 74,31% (Parcela
1317).
A altura total
média da regeneração natural, na Floresta
Estacional Decidual, foi de 5,95 m, variando de 3,90 m (Parcela
113) a 8,74 m (Parcela 205); a altura total mínima medida
foi de 1,30 m e a máxima foi 25,00 m; o coeficiente de
variação médio da altura total foi de 40,56%,
variando de 12,86% (Parcela 1304) a 66,63% (Parcela 1406).
O número
médio de indivíduos na regeneração
natural, considerando todos os indivíduos com CAP
³ 3,0 cm e < 30,0cm, resultou 7.623,21 indivíduos/ha,
variando entre 200 indivíduos/ha (Parcela 1304) e 23.000
indivíduos/ha (Parcela 1313).
A área
basal média da regeneração natural resultou
em 5,47 m²/ha, variando entre 1,0053 m²/ha (Parcela 1304) e 15,0088
m²/ha (Parcela 1332).
O Índice de Diversidade de Shannon foi de 1,6940, variando
entre 0,3599 (Parcela 1419) e 3,1752 (Parcela 1319).
- Distribuição de freqüências
Foram encontrados
7.623,2 indivíduos por hectare na regeneração
natural, sendo 2.608,0 menores que 3 m de altura, 3.422,9 entre
3 e 6 m de altura e 1.592,3 maiores que 6 m de altura (Anexo 3.3.e)
e Tabela abaixo.
Nesta Tabela foram relacionadas as 20 espécies mais abundantes
na regeneração natural, as quais contribuiran com
4.450,6 indivíduos por hectare, o que representa 58,38%
da regeneração natural. As 139 espécies restantes
contribuiram com 3.172,6 indivíduos por hectare, o que
representa 41,62% dos indivíduos presentes na regeneração
natural.
Espécies
|
Altura
< 3 m
|
Altura
3-6 m
|
Altura
> 6 m
|
Total
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
Gymnanthes
concolor
Cupania vernalis
Trichilia elegans
Matayba elaeagnoides
Sorocea bonplandii
Pilocarpus pennatifolius
Sebastiania commersoniana
Allophylus edulis
Eugenia uniflora
Dalbergia frutescens
Allophylus guaraniticus
Euterpe edulis
Inga marginata
Myrsine umbellata
Casearia sylvestris
Machaerium paraguariense
Myrcianthes pungens
Justicia brasiliana
Nectandra megapotamica
Patagonula americana
Sub-total
Restantes
TOTAL
|
320,6
179,5
210,3
91,0
105,1
65,4
52,6
84,7
39,7
25,6
105,1
15,4
45,1
41,0
3,9
61,5
52,6
64,1
25,6
12,8
1601,6
1007,4
2609,0
|
12,29
6,88
8,06
3,49
4,03
2,51
2,02
3,25
1,52
0,98
4,03
0,59
1,73
1,57
0,15
2,36
2,02
2,46
0,98
0,49
61,39
38,61
100,00
|
272,1
249,9
134,0
141,5
122,0
177,1
140,0
140,1
110,5
79,5
25,9
76,4
47,2
63,3
85,0
40,5
55,4
38,5
41,0
72,6
2112,5
1309,4
3421,9
|
7,95
7,30
3,92
4,14
3,57
5,18
4,09
4,09
3,23
2,32
0,76
2,23
1,38
1,85
2,48
1,18
1,62
1,13
1,20
2,12
61,73
38,27
100,00
|
59,1
93,5
67,2
49,5
54,2
21,8
62,8
25,5
68,2
46,8
10,4
42,8
32,6
19,0
32,7
15,0
4,2
2,6
24,1
4,5
736,5
855,8
1592,3
|
3,71
5,87
4,22
3,11
3,40
1,37
3,94
1,60
4,28
2,94
0,65
2,69
2,05
1,19
2,05
0,94
0,26
0,16
1,51
0,28
46,25
53,75
100,00
|
651,8
522,9
411,5
282,0
281,3
264,3
255,4
250,3
218,4
151,9
141,4
134,6
124,9
123,3
121,6
117,0
112,2
105,2
90,7
89,9
4450,6
3172,6
7623,2
|
8,55
6,86
5,40
3,70
3,69
3,47
3,35
3,28
2,86
1,99
1,85
1,77
1,64
1,62
1,60
1,53
1,47
1,38
1,19
1,18
58,38
41,62
100,00
|
Salienta-se
ainda a presença de cipós - 543,33 indivíduos/ha
(7,12%) e baixo índice de mortalidade - 32,04 indivíduos/ha
(0,42%).
l) Análise estatística
A partir
das 78 unidades amostrais levantadas nos estágios médio
e avançado da Floresta Estacional Decidual, resultaram
os seguintes estimadores para o volume comercial com casca:
- Média aritmética: = 154,82 m³/ha
- Variância: = 2.814,30 (m³/ha)2
- Desvio padrão: = 53,05 m³/ha
- Coeficiente de variação: = 34,27%
- Variância da média: = 36,60 (m³/ha)2
- Erro padrão: = ± 6,05 m³/ha
- Erro de amostragem
a) Erro absoluto: - = ± 9,37 m³/ha
b) Erro relativo: - = ± 6,05%
- Intervalo de confiança para a média
IC = 95%
- Total da população = 182.106.250 m³
- Intervalo de confiança para o total
IC = 95%
Estágio Sucessional Inicial
a) Composição
florística
A relação
das espécies amostradas nos Estágios Iniciais da
Região da Floresta Estacional Decidual encontra-se na Tabela
"Composição Florística das Florestas
Naturais - Estágios Iniciais, Tipo Fitogeográfico
: Estacional Decidual".
Foram encontradas
117 espécies pertencentes a 43 famílias botânicas,
além de mortas, cipós e 5 espécies exóticas
(Tecoma stans, Persea americana, Melia azedarach, Hovenia dulcis
e Prunus persica).O Índice de Diversidade de Shannon foi
de 1,3946.
A família
Asteraceae, com 10 espécies, foi a mais expressiva, seguida
de Fabaceae (8); Anacardiaceae e Mimosaceae (7); Myrtaceae (6);
Lauraceae, Sapindaceae e Rutaceae (5); Euphorbiaceae, Flacourtiaceae,
Meliaceae e Solanaceae (4); Melastomataceae e Sapotaceae (3);
Boraginaceae, Caesalpiniaceae, Myrsinaceae, Rubiaceae, Ulmaceae,
Verbenaceae (2). As 23 famílias restantes apresentaram
1 única espécie.
b) Parâmetros dendrométricos
O diâmetro
médio foi de 3,67 cm, variando entre 1,55 cm (Parcela 1418)
e 7,69 cm (Parcela 1912); o diâmetro mínimo foi 0,95
cm e o máximo foi de 37,91 cm; o coeficiente de variação
médio dos diâmetros foi de 51,52%, variando entre
24,32% (Parcela 127) e 88,08% (Parcela 1909).
A altura total
média foi de 4,23 m, variando entre 2,43 m (Parcela 1405)
a 6,39 m (Parcela 212); a altura total mínima medida foi
de 1,50 m e a máxima foi 12,60 m; o coeficiente de variação
médio da altura total foi de 31,26%, variando entre 13,19%
(Parcela 1208) e 48,13% (Parcela 1909).
O número
médio de indivíduos nos estágios iniciais,
considerando todos os indivíduos com CAP
³ 3,0 cm, resultou 12.618,92 indivíduos/ha,
variando entre 3.400,0 indivíduos/ha (Parcelas 128) e 28.700,0
indivíduos/ha (Parcela 1312).
A área
basal média dos estágios iniciais resultou em 12,43
m²/ha, variando entre 3,1195 m²/ha (Parcela 1418) e 31,5925 m²/ha
(Parcela 1912).
O Índice de Diversidade de Shannon foi de 1,3946, variando
entre 0,2204 (Parcela 606) e 2,3898 (Parcela 1309).
c) Distribuição de freqüências
Foram
encontrados 12.618,9 indivíduos por hectare nos Estágios
Iniciais de Sucessão, sendo 3.654,1 menores que 3 m de
altura, 6.867,6 entre 3 e 6 m de altura e 2.097,3 maiores que
6 m de altura e síntese na Tabela abaixo.
Espécies
|
Altura
< 3 m
|
Altura
3-6 m
|
Altura
> 6 m
|
Total
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
Sebastiania
commersoniana
Escallonia bifida
Baccharis semiserrata
Dalbergia frutescens
Eugenia uniflora
Helietta apiculata
Scutia buxifolia
Vernonia tweediana
Cupania vernalis
Machaerium paraguariense
Lonchocarpus campestris
Patagonula americana
Trema micrantha
Baccharis dracunculifolia
Trichilia elegans
Inga marginata
Zanthoxylum rhoifolium
Matayba elaeagnoides
Luehea divaricata
Lithraea molleoides
Sub-total
Restantes
TOTAL
|
113,5
432,4
189,2
216,2
108,1
27,0
108,1
432,4
81,1
54,1
164,9
135,1
0,0
270,3
81,1
54,1
54,1
8,1
0,0
55,1
2584,9
1069,2
3654,1
|
3,11
11,83
5,18
5,92
2,96
0,74
2,96
11,83
2,22
1,48
4,51
3,70
0,00
7,40
2,22
1,48
1,48
0,22
0,00
1,51
70,74
29,26
100,0
|
610,8
297,3
535,1
364,9
375,7
245,9
294,6
27,0
286,5
329,7
194,6
89,2
175,7
2,7
110,8
70,3
70,3
97,3
118,9
91,9
4389,2
2478,4
6867,6
|
8,89
4,33
7,79
5,31
5,47
3,58
4,29
0,39
4,17
4,80
2,83
1,30
2,56
0,04
1,61
1,02
1,02
1,42
1,73
1,34
63,91
36,09
100,0
|
129,7
0,0
2,7
94,6
124,3
205,4
70,3
0,0
73,0
18,9
29,7
64,9
105,4
0,0
56,8
73,0
70,3
83,8
62,2
32,4
1297,4
799,9
2097,3
|
6,18
0,00
0,13
4,51
5,93
9,79
3,35
0,00
3,48
0,90
1,42
3,09
5,03
0,00
2,71
3,48
3,35
4,00
2,97
1,54
61,86
38,14
100,0
|
854,0
729,7
727,0
675,7
608,1
478,3
473,0
459,4
440,6
402,7
389,2
289,2
281,1
273,0
248,7
197,4
194,7
189,2
181,1
179,4
8271,5
4347,4
12618,9
|
6,77
5,78
5,76
5,35
4,82
3,79
3,75
3,64
3,49
3,19
3,08
2,29
2,23
2,16
1,97
1,56
1,54
1,50
1,44
1,42
65,55
34,45
100,0
|
As 20 espécies
relacionadas nesta Tabela foram as de maior ocorrência nos
estágios iniciais da Floresta Estacional Decidual, contribuindo
com 8.271,5 indivíduos por hectare (65,55%), sendo 2.584,9
indivíduos com alturas menores que 3 m, 4.389,2 entre 3
e 6 m, e 1.297,4 indivíduos com altura maior do que 6 m.
As 5 espécies
mais abundantes nos estágios iniciais deste tipo fitogeográfico
foram: Sebastiania commersoniana, Escallonia bifida, Baccharis
semiserrata, Dalbergia frutescens e Eugenia uniflora, as quais
contribuiram com 28,48% do número total de indivíduos.
Salienta-se ainda a presença de cipós - 70,28 indivíduos/ha
(0,56%), baixo índice de mortalidade - 113,52 indivíduos/ha
(0,90%).
<<volta
|
Parque do Espinilho
|