<<volta
RESULTADOS
POR TIPO FITOGEOGRÁFICO
Região
da Floresta
Ombrófila Mista
A Floresta
Ombrófila Mista, considerando-se os estágios iniciais,
médios e avançados de sucessão, ocupa uma
área de 9.195,65 km² (919.565 ha), o que representa 3,25%
da superfície do Estado e 18,64% da área total coberta
com florestas naturais.
Estágios Sucessionais Médio e Avançado
a) Composição
Florística
Foram
encontradas 246 espécies pertencentes a 58 famílias
botânicas, entre os indivíduos com CAP
³ 30 cm, além de 4 árvores não
identificadas, 36 árvores mortas, 5 cipós não
identificados e de alguns indivíduos de espécies
exóticas, tais como: Citrus sp., Tecoma stans, Eriobotrya
japonica, Morus nigra, Hovenia dulcis, Pinus sp. e Sequoia sempervirens,
todas com 1 indivíduo.
As comunidades
amostradas apresentaram, em conjunto, uma diversidade média
de 2,5778, conforme pode ser observado pelo índice de Diversidade
de Shannon, embora algumas parcelas apresentaram índices
superiores a 3,0.
As famílias
Myrtaceae e Lauraceae foram as mais representativas da Floresta
Ombrófila Mista, com 46 e 18 espécies, respectivamente,
seguidas de Asteraceae, Fabaceae e Mimosaceae, com 10 espécies;
Flacourtiaceae, Rutaceae, Sapindaceae e Solanaceae, com 8 espécies;
Bignoniaceae e Euphorbiaceae, com 7 espécies; Aquifoliaceae,
Myrsinaceae e Verbenaceae, com 6 espécies; Celastraceae,
com 5 espécies; Anacardiaceae, Annonaceae, Caesalpiniaceae,
Meliaceae, Moraceae e Sapotaceae, com 4 espécies; Boraginaceae,
Monimiaceae, Rubiaceae, Symplocaceae e Ulmaceae, com 3 espécies.
Das 32 famílias restantes, 13 apresentaram 2 espécies
e 19 apresentaram 1 espécie apenas.
b) Parâmetros Dendrométricos
Os parâmetros
dendrométricos das parcelas amostradas na Floresta Ombrófila
Mista indicam um diâmetro médio de 19,42 cm, variando
entre 12,26 cm (Parcela 835) e 30,80 cm (Parcela 317); o diâmetro
mínimo foi 9,55 cm e o diâmetro máximo encontrado
neste tipo fitogeográfico foi 143,63 cm pertencente a uma
Araucaria angustifolia (Pinheiro-brasileiro), árvore nº
622 da parcela 1541 - Carta Gravataí; o coeficiente de
variação médio dos diâmetros foi de
51,33%, variando entre 20,46% (Parcela 1505) e 102,05% (Parcela
1509).
A altura total
média da Floresta Ombrófila Mista foi estimada em
11,65 m, variando de 6,80 m (Parcela 1424) a 14,77 m (Parcela
1546); a altura total mínima medida foi de 1,50 m; a altura
total máxima amostrada foi de 38,10 m de uma Blepharocalyx
salicifolius (Murta), árvore 83 da parcela 839; o coeficiente
de variação médio da altura total foi de
31,46%, variando entre 15,2% (Parcela 1505) e 72,71% (Parcela
839).
A altura comercial
média foi estimada em 6,28 m, variando entre 3,11 m (Parcela
913) e 10,83 m (Parcela 1546); a altura comercial mínima
medida foi de 1,00 m e a máxima foi de 29,5 m, pertencente
a uma árvore morta - árvore 625 da parcela 1421;
e o coeficiente de variação médio das alturas
comerciais foi de 44,10%, variando entre 26,35% (Parcela 210)
e 84,62% (Parcela 913).
O número
médio de árvores da Floresta Ombrófila Mista,
considerando todos os indivíduos com CAP ³
30 cm, foi estimado em 831,05 árvores/ha, variando
entre 260 árvores/ha (Parcela 316) e 1.530 árvores/ha
(Parcela 935).
A área
basal média resultou em 31,79 m²/ha, variando entre 5,32
m²/ha (Parcela 304) e 61,18 m²/ha (Parcela 305).
O volume comercial
médio da Floresta Ombrófila Mista foi estimado em
205,59 m³/ha, variando entre 28,67 m³/ha (Parcela 304) e 440,36
m³/ha (Parcela 1541).
O Índice
de Diversidade de Shannon foi de 2,5778, variando entre 0,9944
(Parcela 210) e 3,5367 (Parcela 1538).
Comparando-se
os parâmetros dendrométricos da Floresta Ombrófila
Mista com a média geral do Estado , verifica-se que esta
apresentou diâmetro médio, alturas total e comercial,
área basal, volume e índice de Shannon maiores;
apenas o número de árvores foi menor que a média
do Estado.
c) Produção Quantitativa por Espécie e por
Hectare
Analisando-se
esses resultados, constata-se que as espécies que mais
contribuiram para a composição do volume comercial,
juntamente com as árvores mortas, foram as apresentadas
na Tabela abaixo.
Estas 20 espécies,
incluindo as árvores mortas, (7,81% das espécies)
contribuiram com 129,70 m³/ha (67,73%) do volume comercial, 392,50
árvores/ha (46,74%) e 19,17 m²/ha (60,30%) da área
basal.
Espécies
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Araucaria
angustifolia
Matayba elaeagnoides
Nectandra megapotamica
Mortas
Ocotea puberula
Luehea divaricata
Blepharocalyx salicifolius
Cupania vernalis
Sebastiania commersoniana
Ocotea pulchella
Lithraea brasiliensis
Cryptocarya aschersoniana
Dicksonia sellowiana
Nectandra lanceolata
Styrax leprosus
Ilex brevicuspis
Campomanesia xanthocarpa
Myrocarpus frondosus
Prunus myrtifolia
Podocarpus lambertii
Sub-total
Restantes
TOTAL
|
40,52
9,46
7,70
7,50
5,81
5,33
5,26
5,22
4,82
4,26
4,11
4,08
3,96
3,94
3,83
3,80
2,88
2,75
2,24
2,23
129,70
75,71
205,41
|
19,73
4,61
3,75
3,65
2,83
2,59
2,56
2,54
2,35
2,07
2,00
1,99
1,93
1,92
1,86
1,85
1,40
1,34
5,68
1,09
67,73
32,27
100,00
|
37,04
34,44
25,68
34,78
14,32
29,07
13,60
31,11
27,53
12,62
18,54
10,30
19,30
12,86
20,38
9,77
12,45
13,37
7,21
8,13
392,50
438,57
831,07
|
4,46
4,14
3,09
4,18
1,72
3,50
1,64
3,74
3,31
1,52
2,23
1,24
2,32
1,55
2,45
1,18
1,50
1,61
0,38
0,98
46,74
53,26
100,00
|
4,34
1,68
1,14
1,22
0,88
0,89
0,80
0,81
0,80
0,79
0,69
0,78
0,90
0,60
0,52
0,63
0,49
0,43
0,33
0,45
19,17
12,62
31,79
|
13,65
5,28
3,59
3,84
2,77
2,80
2,52
2,55
2,52
2,49
2,17
2,45
2,83
1,89
1,64
1,98
1,54
1,35
1,04
1,42
60,30
39,70
100,00
|
Uma análise
da estrutura diamétrica da produção quantitativa
do volume comercial, número de árvores e área
basal, por hectare, para todas as espécies amostradas na
Floresta Ombrófila Mista, pode ser feita na tabela abaixo.
Classe
DAP(cm)
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
10
- 20
20 - 30
30 - 40
40 - 50
50 - 60
60 - 70
70 - 80
80 - 90
> 90
TOTAL
|
57,07
48,27
31,54
22,31
18,34
11,78
6,84
6,33
2,93
205,41
|
27,78
23,50
15,35
10,86
8,93
5,74
3,33
3,08
1,43
100,00
|
567,64
161,77
55,90
24,27
11,91
5,36
2,32
1,32
0,58
831,07
|
68,30
19,47
6,73
2,92
1,43
0,64
0,28
0,16
0,07
100,00
|
8,63
7,48
5,13
3,76
2,80
1,75
0,99
0,72
0,53
31,79
|
27,15
23,53
16,14
11,83
8,81
5,50
3,11
2,26
1,67
100,00
|
Observa-se
que, nas classes diamétricas 10-40 cm concentravam-se 136,88
m³/ha (66,64%) do volume comercial, 785,31 árvores/ha (94,49%)
e 21,24 m²/ha (66,81%) da área basal.
d) Produção Qualitativa: Qualidade do Tronco
Classe
Qualidade
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Qualidade
1
Qualidade 2
Qualidade 3
Qualidade 4
Não classificada
TOTAL
|
58,32
81,53
55,10
4,35
6,10
205,41
|
28,40
39,69
26,82
2,12
2,97
100,00
|
106,28
323,49
353,40
22,98
24,91
831,07
|
12,79
38,92
42,52
2,77
3,00
100,00
|
7,86
12,53
9,53
0,87
1,00
31,79
|
24,72
39,41
29,98
2,74
3,15
100,00
|
Estes resultados
mostram que a classe de qualidade 2 concentrava os maiores quantitativos
da Floresta Ombrófila Mista, ou seja, 81,53 m³/ha (39,69%)
do volume comercial, 323,49 árvores/ha (38,92%) e 12,53
m²/ha (39,41%) da área basal.
e) Produção Qualitativa: Sanidade
No que se refere às condições de sanidade
na Floresta Ombrófila Mista, a distribuição
do volume comercial, número de árvores e área
basal, por classe de sanidade das árvores, pode ser observada
na Tabela abaixo.
Classe
Sanidade
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Danos
por animais
Danos complexos
Danos por fungos
Danos por insetos
Danos abióticos
Árvores mortas
Árvores saudáveis
Não classificada
TOTAL
|
0,03
23,17
5,05
5,19
16,04
4,51
149,26
2,16
205,41
|
0,01
11,28
2,46
2,53
7,81
2,20
72,66
1,05
100,00
|
0,27
94,80
22,87
19,24
75,18
21,31
589,33
8,07
831,07
|
0,03
11,41
2,75
2,32
9,05
2,56
70,91
0,97
100,00
|
0,01
3,76
0,84
0,94
2,84
0,78
22,32
0,31
31,79
|
0,03
11,83
2,64
2,96
8,93
2,45
70,18
0,98
100,00
|
Observa-se
que, 149,26 m³/ha (72,66%) do volume comercial, 589,33 árvores/ha
(70,91%) e 22,32 m²/ha (70,18%) da área basal da Floresta
Ombrófila Mista eram constituídos por indivíduos
que não apresentam nenhum problema aparente de sanidade.
Os danos mais expressivos foram os complexos que incidiam sobre
11% do volume comercial, do número de árvores e
da área basal, seguidos dos danos abióticos.
f) Produção Qualitativa: Classe de Copa
A análise
da formação da copa das árvores da Floresta
Ombrófila Mista mostrou a distribuição do
volume comercial, número de árvores e área
basal, por classe de copa aprentada na Tabela abaixo.
Estes resultados mostram que, mais de 52% do volume comercial,
do número de árvores e da área basal, eram
compostos por árvores que apresentavam copa média,
ou seja, copas com comprimento entre ½ e ¼ da altura
total das árvores.
Classe
Copa
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Copa
curta
Copa danificada
Copa longa
Copa média
Não classificada
TOTAL
|
63,78
6,18
21,55
107,38
6,51
205,41
|
31,05
3,01
10,50
52,27
3,17
100,00
|
178,05
36,31
96,75
491,55
28,41
831,07
|
21,42
4,37
11,64
59,15
3,42
100,00
|
8,37
1,08
4,06
17,21
1,07
31,79
|
26,33
3,40
12,77
54,14
3,36
100,00
|
g) Produção
Qualitativa: Tendência de Valorização
A análise
das perspectivas de crescimento e desenvolvimento dos indivíduos
na Floresta Ombrófila Mista mostra a distribuição
do volume comercial, número de árvores e área
basal, por tendência de valorização.
Classe
Valorização
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Cresc.
insignificante
Cresc. médio
Cresc. promissor
Não classificada
TOTAL
|
52,67
79,29
66,87
6,58
205,41
|
25,64
38,60
32,56
3,20
100,00
|
290,62
323,31
188,53
28,61
831,07
|
34,97
38,90
22,69
3,44
100,00
|
8,14
12,07
10,49
1,09
31,79
|
25,60
37,97
33,00
3,43
100,00
|
Observa-se
nestes resultados que, 79,29 m³/ha (38,60%) do volume comercial,
323,31 árvores/ha (38,90%) e 12,07 m²/ha (37,97%) da área
basal, eram constituídos por árvores com crescimento
promissor, isto é, que apresentavam condições
para mudança ascendente na posição sociológica.
No entanto, os maiores percentuais do estoque eram constituídos
por indivíduos que apresentavam crescimento médio.
h) Produção Qualitativa: Posição Sociológica
A análise
Qualitativa - Posição Sociológica , evidencia
a seguinte distribuição da produção
quantitativa nos estratos verticais da Floresta Ombrófila
Mista:
Posição
Sociológica
|
Vol.
Comercial
|
Nº
Árvores
|
Área
Basal
|
(m³/ha)
|
%
|
(Nº/ha)
|
%
|
(m²/ha)
|
%
|
Estrato
co-dominante
Estrato dominado
Estrato dominante
Estrato suprimido
Não classificada
TOTAL
|
65,52
25,84
105,86
1,56
6,63
205,41
|
31,90
12,58
51,53
0,76
3,23
100,00
|
357,78
246,02
186,60
11,67
29,05
831,07
|
43,05
29,60
22,45
1,40
3,50
100,00
|
0,51
4,47
15,45
0,26
1,10
31,79
|
33,06
14,06
48,60
0,82
3,46
100,00
|
Os resultados
mostram que os maiores quantitativos da Floresta Ombrófila
Mista, 105,86 m³/ha (51,53%) do volume comercial, 186,60 árvores/ha
(22,45%) e 15,45 m²/ha (48,60%) da área basal, é
composto por indivíduos que ocupam o estrato dominante,
seguido do co-dominante e do dominado.
i) Análise Fitossociológica: Estrutura Horizontal
As espécies
mais características e importantes da Floresta Ombrófila
Mista estão relacionadas abaixo, por ordem do Valor de
Importância (VI). Estas espécies são as mais
abundantes, dominantes e freqüentes da floresta, sendo as
mais representativas da associação.
Espécies
|
DR
|
FR
|
DoR
|
VI(%)
|
Vi(%)Acum.
|
VC(%)
|
VC(%)Acum.
|
Araucaria
angustifolia
Matayba elaeagnoides
Mortas
Nectandra megapotamica
Cupania vernalis
Sebastiania commersoniana
Luehea divaricata
Dicksonia sellowiana
Ocotea puberula
Ocotea pulchella
Lithraea brasiliensis
Blepharocalyx salicifolius
Cryptocarya aschersoniana
Campomanesia xanthocarpa
Ilex brevicuspis
Nectandra lanceolata
Allophylus edulis
Machaerium paraguariense
Myrocarpus frondosus
Prunus myrtifolia
Sub total
Restantes
TOTAL |
4,46
4,14
4,18
3,09
3,74
3,31
3,50
2,32
1,72
1,52
2,23
1,64
1,24
1,50
1,17
1,55
1,30
1,72
1,61
0,87
46,81
53,19
100,0
|
1,76
2,32
2,74
1,72
1,95
1,99
1,44
1,02
1,67
1,85
1,07
1,25
0,93
1,48
1,21
0,79
1,67
1,11
0,46
1,44
29,87
70,13
100,0
|
13,65
5,28
3,84
3,60
2,55
2,52
2,79
2,84
2,77
2,48
2,15
2,53
2,45
1,55
2,00
1,89
0,75
0,65
1,34
1,04
58,67
41,33
100,0
|
6,62
3,91
3,59
2,80
2,75
2,61
2,58
2,06
2,05
1,95
1,82
1,81
1,54
1,51
1,46
1,41
1,24
1,16
1,14
1,12
45,12
54,88
100,0
|
6,62
10,54
14,13
16,93
19,68
22,28
24,86
26,92
28,97
30,92
32,74
34,55
36,09
37,60
39,06
40,47
41,71
42,87
44,00
45,12
|
9,06
4,71
4,02
3,35
3,15
2,92
3,15
2,58
2,25
2,00
2,19
2,09
1,85
1,53
1,59
1,72
1,03
1,19
1,48
0,96
52,75
47,25
100,0
|
9,06
13,77
17,79
21,13
24,28
27,19
30,34
32,92
35,16
37,16
39,35
41,44
43,28
44,81
46,39
48,11
49,14
50,32
51,80
52,75
|
Estas 20 espécies
(7,81% do total) representavam 46,81% da Densidade Relativa (número
de indivíduos), 29,87% da Freqüência Relativa,
58,67% da Dominância Relativa (área basal), 45,12%
do Valor de Importância e 52,75% do Valor de Cobertura total
da floresta.
As 236 espécies
restantes (92,19% das espécies), incluindo as exóticas
encontradas, as não identificadas e cipós, representavam
53,19% da Densidade Relativa, 70,13% da Freqüência
Relativa, 41,33% da Dominância Relativa, 54,88% do Valor
de Importância e 47,25% do Valor de Cobertura total.
É importante
destacar que as árvores mortas (3,59% do VI) apareciam
em terceiro lugar na ordem de importância das espécies.
A participação das árvores mortas é
significativa na composição das comunidades e constitui
um fenômeno natural de substituição dos indivíduos
na dinâmica da floresta.
j) Análise Fitossociológica: Estrutura Vertical
As espécies
com distribuição regular dos indivíduos nos
estratos, isto é, com maior número nos estratos
inferiores, diminuindo para os superiores, são as mais
estáveis na associação, como é o caso
da espécie Allophylus edulis, Casearia decandra, Celtis
iguanea, entre outras.
Para a Araucaria
angustifolia, espécie mais importante deste tipo fitogeográfico,
ocorre o inverso das espécies acima citadas, isto é,
maior número de indivíduos nos estratos superiores,
diminuindo para os inferiores. Isto é normal para a espécie,
uma vez que os indivíduos dos estratos inferiores esperam
uma oportunidade de luz para se desenvolverem.
A situação
particular das outras espécies na estrutura vertical da
Floresta Ombrófila Mista pode ser verificada na Tabela
supra citada.
k) Regeneração Natural
- Composição
florística
A relação
das espécies amostradas em regeneração natural
(CAP entre 3 e 30 cm) na Floresta Ombrófila Mista encontra-se
na Tabela "Composição florística da
regeneração natural - Tipo Fitogeográfico
: Ombrófila Mista".
Foram encontradas 202 espécies pertencentes a 56 famílias
botânicas, além de alguns indivíduos não
identificados, cipós, mortas e 2 espécies exóticas,
Eriobothrya japonica e Citrus sp. O Índice de Diversidade
de Shannon foi de 1,7948.
A família
Myrtaceae foi a mais representativa da regeneração
natural, com 39 espécies, seguida de Lauraceae, com 11
espécies; Solanaceae, com 10 espécies; Euphorbiaceae,
Fabaceae e Flacourtiaceae, com 8 espécies; Asteraceae e
Mimosaceae, com 7 espécies; Rutaceae, com 6 espécie;
Aquifoliaceae, Celastraceae, Myrsinaceae e Sapindaceae, com 5
espécies; Anacardiaceae, Meliaceae e Rubiaceae , com 4
espécies; Annonaceae, Monimiaceae, Symplocaceae, Ulmaceae
e Verbenaceae, com 3 espécies. Das 35 famílias restantes,
7 apresentaram 2 espécies e 28 apresentaram 1 espécie
apenas.
- Parâmetros dendrométricos
O diâmetro
médio da regeneração natural foi de 3,50
cm, variando entre 1,72 cm (Parcela 1507) e 7,33 cm (Parcela 321);
o diâmetro mínimo foi 0,95 cm e o diâmetro
máximo foi de 9,52 cm, situados dentro dos limites fixados;
o coeficiente de variação médio dos diâmetros
foi de 46,36%, variando entre 6,02% (Parcela 321) e 91,71% (Parcela
236).
A altura total
média da regeneração natural, na Floresta
Ombrófila Mista, foi de 5,81 m, variando de 2,86 m (Parcela
1507) a 9,10 m (Parcela 819); a altura total mínima medida
foi de 1,30 m e a máxima foi 23,30 m; o coeficiente de
variação médio da altura total foi de 39,74%,
variando de 15,58% (Parcela 321) a 67,65% (Parcela 860).
O número
médio de indivíduos na regeneração
natural, considerando todos os indivíduos com CAP
³ 3,0 cm e < 30,0cm, resultou 7.276,97 indivíduos/ha,
variando entre 100 indivíduos/ha (Parcela 1504) e 29.000
indivíduos/ha (Parcela 237).
A área
basal média da regeneração natural resultou
em 5,10 m²/ha, variando entre 0,1964 m²/ha (Parcela 1504) e 14,8465
m²/ha (Parcela 309).
O Índice de Diversidade de Shannon foi de 1,7916, variando
entre 0,0000 (Parcelas 321 e 1504) e 3,1154 (Parcela 1538).
- Distribuição de freqüências
Foram
encontrados 7.277,0 indivíduos por hectare na regeneração
natural, sendo 2.802,6 menores que 3 m de altura, 3.068,7 entre
3 e 6 m de altura e 1.405,7 maiores que 6 m de altura, conforme
Tabela abaixo.
Espécies
|
Altura
< 3 m
|
Altura
3-6 m
|
Altura
> 6 m
|
Total
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
Sebastiania
brasiliensis
Cupania vernalis
Matayba elaeagnoides
Trichilia elegans
Casearia decandra
Stillingia oppositifolia
Gymnanthes concolor
Dalbergia frutescens
Rollinia rugulosa
Siphoneugena reitzii
Sebastiania commersoniana
Machaerium paraguariense
Myrceugenia cucullata
Lonchocarpus nitidus
Chusquea sp.
Celtis iguanaea
Myrciaria tenella
Blepharocalyx salicifolius
Pilocarpus pennatifolius
Allophylus edulis
Araucaria angustifolia
Sub total
Restantes
TOTAL
|
215,8
173,7
185,5
134,2
97,5
114,5
118,4
1,5
121,3
26,3
43,6
52,6
103,0
29,0
39,5
40,8
30,3
62,0
65,9
14,4
14,4
1684,0
1118,6
2802,6
|
7,70
6,20
6,62
4,79
3,48
4,08
4,23
0,05
4,33
0,94
1,55
1,88
3,68
1,03
1,41
1,46
1,08
2,21
2,35
0,51
0,51
60,09
39,9122244
100,0
|
219,0
259,5
124,7
193,7
87,6
90,5
71,2
42,1
60,0
135,5
64,6
83,2
49,1
67,1
65,8
65,8
44,7
44,8
33,2
52,2
4,0
1858,2
1210,5
3068,7
|
7,13
8,46
4,06
6,31
2,86
2,95
2,32
1,37
1,96
4,42
2,11
2,71
1,60
2,19
2,14
2,14
1,46
1,46
1,08
1,70
0,13
60,55
39,45
100,0
|
80,2
29,3
86,2
21,2
46,2
12,1
1,3
144,1
5,3
13,0
59,1
28,0
6,9
45,7
26,3
22,8
41,9
5,8
8,6
35,1
4,2
723,1
682,6
1405,7
|
5,70
2,09
6,13
1,51
3,28
0,86
0,09
10,25
0,37
0,93
4,20
1,99
0,49
3,25
1,87
1,62
2,98
0,41
0,61
2,50
0,30
51,44
48,56
100,0
|
514,9
462,5
396,4
349,1
231,3
217,1
190,9
187,6
186,6
174,9
167,3
163,8
158,9
141,7
131,6
129,4
116,8
112,5
107,6
101,7
22,5
4265,3
3011,7
7277,0
|
7,08
6,36
5,45
4,80
3,18
2,98
2,62
2,58
2,56
2,40
2,30
2,25
2,18
1,95
1,81
1,78
1,61
1,55
1,48
1,40
0,31
58,61
41,39
100,0
|
Nesta Tabela
foram relacionadas 21 espécies, sendo que as 20 primeiras
foram as mais abundantes na regeneração natural,
e a última, acrescentada por ser a espécie característica
da Floresta Ombrófila Mista - a Araucaria angustifolia.
Estas 21 espécies contribuiran com 4.265,3 indivíduos
por hectare, o que representa 58,61% da regeneração
natural. As 181 espécies restantes contribuiram com 3.011,7
indivíduos por hectare, ou 41,39% dos indivíduos
presentes na regeneração natural.
A Araucaria
angustifolia apresentou baixa regeneração natural
- 22,5 indivíduos por hectare, o que representa 0,31% do
total, sendo 14,4 indivíduos por hectare com altura menor
que 3 m, 4,0 indivíduos entre 3 e 6 m, e 4,2 indivíduos
com mais de 6 m de altura.
Observou-se ainda, uma expressiva presença de cipós
- 127,1 indivíduos por hectare (1,75%) e baixo indice de
mortalidade - 11,3 indivíduos/ha (0,16%).
l) Análise estatística
A partir
das 76 unidades amostrais levantadas nos estágios médio
e avançado da Floresta Ombrófila Mista, resultaram
os seguintes estimadores para o volume comercial com casca:
- Média
aritmética: = 205,41 m³/ha
- Variância: = 8.947,27 (m³/ha)2
- Desvio padrão: = 94,59 m³/ha
- Coeficiente de variação: = 46,05%
- Variância da média: = 119,25 (m³/ha)2
- Erro padrão: = ± 10,92 m³/ha
- Erro de amostragem
a) Erro
absoluto: - = ± 21,63 m³/ha
b) Erro
relativo: - = ± 10,53%
- Intervalo
de confiança para a média
IC [183,79 m³/ha £ x £
227,03 m³/ha] = 95%
- Total da
população = 188.887.850 m³
- Intervalo de confiança para o total
IC [169.006.850 m³ £ X
£ 208.768.840 m³] = 95%
Estágio Sucessional Inicial
a) Composição
florística
Foram
encontradas 83 espécies pertencentes a 37 famílias
botânicas, além de mortas, cipós e uma espécie
exótica, ligustro (Ligustrum lucidum). O Índice
de Diversidade de Shannon foi de 1,7926.
As famílias
Myrtaceae, com 9 espécies e Asteraceae, com 8 espécies
foram as mais representativas desses Estágios Iniciais,
seguidas de Flacourtiaceae, com 5 espécies; Sapindaceae
e Solanaceae, com 4 espécies; Anacardiaceae, Annonaceae,
Euphorbiaceae, Lauraceae, Mimosaceae, Myrsinaceae e Rutaceae,
com 3 espécies; Fabaceae, Proteaceae, Rubiaceae e Sapotaceae,
com 2 espécies. As demais 21 famílias estão
representadas por apenas uma espécie.
b) Parâmetros dendrométricos
O diâmetro
médio dos estágios iniciais foi de 3,18 cm, variando
entre 1,45 cm (Parcela 861) e 4,65 cm (Parcela 838); o diâmetro
mínimo foi 0,95 cm e o diâmetro máximo foi
de 74,80 cm; o coeficiente de variação médio
dos diâmetros foi de 64,32%, variando entre 22,49% (Parcela
861) e 155,59% (Parcela 864).
A altura total
média dos estágios iniciais foi de 3,78 m, variando
entre 2,09 m (Parcela 808) a 5,41 m (Parcela 846); a altura total
mínima medida foi de 1,50 m e a máxima foi 11,70
m; o coeficiente de variação médio da altura
total foi de 31,78%, variando entre 11,15% (Parcela 808) e 45,27%
(Parcela 866).
O número
médio de indivíduos nos estágios iniciais,
considerando todos os
indivíduos com CAP ³ 3,0
cm, resultou 13.382,3 indivíduos/ha, variando entre 6.500,0
indivíduos/ha (Parcela 838) e 27.000,0 indivíduos/ha
(Parcela 861).
A área
basal média dos estágios iniciais resultou em 9,98
m²/ha, variando entre 2,6302 m²/ha (Parcela 808) e 15,6689 m²/ha
(Parcela 833).
O Índice de Diversidade de Shannon foi de 1,7926, variando
entre 0,9376 (Parcela 1437) e 2,5847 (Parcela 845).
c) Distribuição de freqüências
Foram
encontrados 13.382,4 indivíduos por hectare nos Estágios
Iniciais de Sucessão, sendo 5.317,6 menores que 3 m de
altura, 6.670,6 entre 3 e 6 m de altura e 1.394,1 maiores que
6 m de altura.
As 20 espécies
relacionadas na Tabela abaixo, incluindo as mortas, foram as de
maior ocorrência nos estágios iniciais da Floresta
Ombrófila Mista, contribuindo com 8.570,5 indivíduos
por hectare (64,04%), sendo 3.376,5 indivíduos com alturas
menores que 3 m, 4.394,0 entre 3 e 6 m, e 800,0 indivíduos
com altura maior que 6 m.
Espécies
|
Altura
< 3 m
|
Altura
3-6 m
|
Altura
> 6 m
|
Total
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
N°
|
%
|
Eupatorium
serratum
Eugenia uniflora
Cupania vernalis
Myrcia bombycina
Lithraea molleoides
Mortas
Machaerium paraguariense
Luehea divaricata
Lithraea brasiliensis
Vernonia tweediana
Baccharis semiserrata
Schinus terebintifolius
Roupala brasiliensis
Randia armata
Rollinia rugulosa
Sebastiania commersoniana
Acacia bonariensis
Parapiptadenia rigida
Allophylus guaraniticus
Zanthoxylum rhoifolium
Sub-total
Restantes
TOTAL
|
470,6
470,6
294,1
294,1
235,3
241,2
176,5
64,7
176,5
352,9
58,8
0,0
0,0
58,8
176,5
0,0
70,6
117,7
58,8
58,8
3376,5
1941,1
5317,6
|
8,85
8,85
5,53
5,53
4,42
4,54
3,32
1,22
3,32
6,64
1,11
0,00
0,00
1,11
3,32
0,00
1,33
2,21
1,11
1,11
63,50
36,50
100,0
|
705,9
429,4
623,5
294,1
247,1
200,0
205,9
235,3
23,5
0,0
223,5
276,5
241,2
182,3
58,8
164,7
141,2
29,4
82,3
29,4
4394,0
2276,6
6670,6
|
10,58
6,44
9,35
4,41
3,70
3,00
3,09
3,53
0,35
0,00
3,35
4,15
3,62
2,73
0,88
2,47
2,12
0,44
1,23
0,44
65,87
34,13
100,0
|
0,0
111,8
35,3
111,8
0,0
5,9
17,6
82,3
164,7
0,0
41,2
35,3
0,0
0,0
0,0
52,9
0,0
29,4
35,3
76,5
800,0
594,1
1394,1
|
0,00
8,02
2,53
8,02
0,00
0,42
1,26
5,90
11,81
0,00
2,96
2,53
0,00
0,00
0,00
3,79
0,00
2,11
2,53
5,49
57,38
42,62
100,0
|
1176,5
1011,8
952,9
700,0
482,4
447,1
400,0
382,3
364,7
352,9
323,5
311,8
241,2
241,1
235,3
217,6
211,8
176,5
176,4
164,7
8570,5
4811,9
13382,3
|
8,79
7,56
7,12
5,23
3,60
3,34
2,99
2,86
2,73
2,64
2,42
2,33
1,80
1,80
1,76
1,63
1,58
1,32
1,32
1,23
64,04
35,96
100,0
|
Eupatorium
serratum, Eugenia uniflora, Cupania vernalis, Myrcia bombycina
e Lithraea molleoides foram as espécies mais abundantes
nos estágios iniciais deste tipo fitogeográfico,
contribuindo com 32,30% do número total de indivíduos.
As 63 espécies restantes, incluindo cipós e uma
exótica, contribuiram com apenas 35,96% dos indivíduos.
Salienta-se ainda a presença de cipós - 205,87 indivíduos/ha
(1,54%) e um baixo índice de mortalidade - 447,05 indivíduos/ha
(3,34%).
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